Reeducandos de Miranorte produzem sabão artesanal para evitar disseminação do novo Coronavírus

A limpeza e a assepsia são medidas fundamentais para evitar a disseminação do novo Coronavírus neste momento de pandemia. Com a finalidade de manter a limpeza da Cadeia Pública (CP) de Miranorte, de forma colaborativa, o gestor da unidade implementou o projeto e utiliza a mão de obra dos presos para produção de sabão em barra, bem como do líquido. Nesta semana, foram feitos aproximadamente 80 litros do produto.

O material é utilizado para limpar todas as dependências da CP de Miranorte, que atualmente, possui 45 presos. O diretor da unidade, Clebenilson Pereira Salgado, explicou como surgiu a ideia. “Intensificamos as medidas de higienização do ambiente carcerário, assim precisamos de mais produtos de limpeza, então utilizamos os serviços daqueles que já laboravam aqui, como o cozinheiro e ajudante de cozinha, o assistente de serviços gerais, pedreiro e eletricista. O produto é de excelente qualidade”, afirmou.

De acordo com o preso C.S.B.S., a forma de fazer o sabão é muito simples. “Nós utilizamos material também reciclável, como a gordura usada na cozinha. Com cerca de 2 litros de gordura, conseguimos gerar 80 a 90 litros de sabão líquido para utilização da unidade. Já fazemos isso aqui na unidade há bastante tempo”, explicou.

Além da gordura que seria descartada, a receita do sabão artesanal também inclui soda cáustica, água e álcool (composto comprovadamente eficaz no combate ao novo Coronavírus). Ainda segundo o reeducando, a gestão da CP de Miranorte, juntamente com o Núcleo de Operações, Prevenção e Controle à Covid-19, sempre fomenta o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e boas práticas de limpeza entre todos eles. “Estamos sempre sendo orientados a manter uma boa higiene, para que nós possamos também estar protegidos desta pandemia que está se alastrando em nosso país”, concluiu.

Produção em outras unidades

De acordo com o superintendente de Administração dos Sistemas Penitenciário e Prisional do Tocantins, Orleanes Alves Sousa, a ação também está ocorrendo na Cadeia Pública de Bernardo Sayão, na Cadeia Pública de Formoso do Araguaia e também se iniciará na Casa de Prisão Provisória de Guaraí. “Interessante que aqueles que puderem replicar a ideia tomando todas as precauções de segurança, façam, pois ela é positiva e tudo o que vier para ajudar neste momento é válido”, finalizou.