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Mães que salvam: “Minha filha é do grupo de risco, então dobrei minha atenção”, diz socorrista do Samu

Cristiane Garcia fez parte da primeira Equipe de Resposta Rápida de Araguaína criada em março. Ela contou como está lidando com riscos de contágio e a filha com histórico de doenças respiratórias

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Cristiane contou que Maria Eduarda tem rinite, sinusite, bronquite e adoece facilmente. “Para tirar o tédio dela, eu dou uma volta de carro e deixo ela andar de bicicleta aqui na rua, sempre de máscara”

A técnica em enfermagem Cristiane Garcia, de 33 anos, foi a primeira mulher a pilotar uma moto do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) de Araguaína e fez parte da primeira Equipe de Resposta Rápida contra a covid-19. Mãe da pequena Maria Eduarda, de 11 anos, que tem histórico de doenças respiratórias, ela precisou dobrar os cuidados com a higienização para garantir a segurança da filha. A socorrista é a primeira homenageada da série “Mães que salvam”.

“Uso corretamente todos os equipamentos de proteção individual, quando finalizo o plantão, vou para casa e antes de estar com minha filha, tomo uma ducha no quintal. Eu já tinha o cuidado de não misturar a roupa e calçado, agora reforcei ainda mais limpando com álcool”, explicou Cristiane. Ela contou que Maria Eduarda tem rinite, sinusite, bronquite e adoece facilmente. “Para tirar o tédio dela, eu dou uma volta de carro e deixo ela andar de bicicleta aqui na rua, sempre de máscara”.

Exemplo de determinação
Mãe pela primeira vez aos 15 anos, a socorrista também começou a trabalhar bem cedo, como caixa de supermercado. Cristiane cresceu no emprego até a contabilidade, área em que se profissionalizou com curso superior, mas não era que queria. “Em 2013, meu esposo, que é bombeiro, conseguiu perceber mais do que eu essa questão de cuidar e me sugeriu fazer um técnico de enfermagem”, contou.

Já formada, conseguiu em três meses um emprego na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois no Hospital Regional, onde insistiu em trabalhar na sala vermelha. Ela perseguiu a vaga no Samu até conseguir a chance de uma entrevista, na qual escutou logo que a escolha preferencial era por um homem.

Durante os plantões que se tornaram sua atividade Cristiane nunca deixou de manter o contato com a filha. “O meu filho mais velho cuida dela quando eu e meu marido, que é bombeiro, estamos em trabalho, e quando está tranquilo eu ligo para ela para saber se está tudo bem”, afirmou Cristiane.

Muitas recompensas na profissão
Dentre os atendimentos que já realizou um foi bastante especial: no plantão do dia 20 de fevereiro, às 2 horas, ela atendeu um chamado em que uma gravida estava dando à luz e precisou fazer o parto de emergência.

Ela conta que pensou em chamar um médico, mas não daria tempo. “Quando iria medir a pressão ela deu um grito, fui olhar e a cabeça do bebê já tinha coroado”, detalhou. Antes do momento de felicidade, Cristiane diz que houve tensão porque a criança nasceu com o cordão umbilical enrolado no pescoço. “Meu colega com uma manobra rápida tirou e eu segurei o bebê com a manta, bem quentinho, até chegar no hospital”.

 

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