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Projeto Barraginhas incentiva produção de peixes nas comunidades quilombolas no sudeste do Tocantins

Cerca de 100 propriedades do município de Almas utilizam as pequenas bacias para criar peixes, como a tilápia e peixes redondos

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Produtores das comunidades Baião e Poços Dantas, situadas no município de Almas, a 296 km de Palmas, vêm transformando as barraginhas em produção de alimentos. Por meio de uma iniciativa do Governo do Estado, tendo a frente o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hidricos (Semarh), cerca de 100 propriedades beneficiadas pelo Projeto Barraginhas utilizam as pequenas bacias para criar peixes, a exemplo da tilápia e peixes redondos.

Como incentivo, os produtores recebem há dois anos a doação de alevinos por meio do Projeto Povoamento de Alevinos nas Barraginhas. Nessa sexta feira, 31, as comunidades receberam 17 mil alevinos, iniciando assim a terceira etapa do projeto. De acordo com o chefe do escritório local do Ruraltins de Almas, João Albuquerque Filho, desde que foi implantada a criação de peixes os produtores já retiraram 13 mil Kg de pescado das barraginhas. “Nesta terceira fase, a expectativa é produzir em seis meses 12 mil kg de peixes, levando assim mais proteínas para o cardápio das famílias. Os estudos mostraram que os alevinos se adaptaram bem a água parada das barraginhas e nosso objetivo é trazer sempre novas tecnologias aos produtores ”, frisa João Filho.

O produtor Elcilon Pereira Rodrigues, da comunidade Baião, um dos contemplados pela ação, ressalta que o Projeto Barraginhas despertou nele a vontade de entrar na piscicultura. “Graças a Deus esse projeto beneficiou muito a gente. Não só eu como todos da comunidade, e por causa dessa iniciativa comprei mais peixes. Hoje, tenho uma outra represa que fiz por conta própria e vou colocar 600 peixes nela. Estou muito satisfeito e tenho certeza que não vou me arrepender”.

José Raimundo de Oliveira, outro produtor alcançado pela doações dos alevinos desde a primeira edição, também se sente motivado. “Os peixes retirados reforçam a alimentação da minha família, composta por oito pessoas. Assim que melhorar as condições vou crescer a represa e por mais peixes para o consumo, e ganhar uns trocadinhos” avalia.

Para o diretor de Planejamento e Recursos Hídricos da Semarh, Aldo Azevedo, as tecnologias trazidas pelo Ruraltins e absorvidas pelos produtores fazem a diferença no projeto. “Um programa como esse, da maneira como vem sendo executado, com assistência técnica e parcerias, é um diferencial em relação a outros estados, pois chega na ponta. Além de reter as águas das chuvas, recarregar o lençol freático e matar a sede dos pequenos animais, as barraginhas também podem produzir alimentos, mostrando como as politicas públicas estão sendo bem conduzidas”, frisa o diretor.

Durante a entrega dos alevinos, o gerente de Pesca e Aquicultura do Ruraltins, Andrey Costa, ressaltou o papel transformador da extensão rural. “Isso que estamos vendo aqui, na prática, é o que o Ruraltins se propõe a fazer. Dar condições aos produtores para que saiam da produção de subsistência para uma atividade maior, como é o caso da piscicultura, enfatizando o poder da assistencia técnica e da inovação tecnológica na vida do produtor rural”.

Doações

O produtor de alevinos do Projeto Pirapitinga, Auri Wudson, doou às comunidades 10 mil alevinos de peixes redondos e a empresa Aquabel, de Brejinho de Nazaré, 7 mil alevinos de tilápias. Além de receber os alevinos, as famílias contaram com palestras orientativas sobre manejo e nutrição alimentar dos peixes, bem como apresentações culturais da Folia de Reis e da dança folclórica Sússia, tipica da região.

Para a realização desse projeto, voltado para subsistência e segurança alimentar das comunidades, o Ruraltins conta também com as parcerias da Prefeitura Municipal de Almas, das Associações Quilombolas, Empresa Socil Nutrição Animal e Radicalmas FM.

Barraginhas

As barraginhas são pequenas bacias de captação de águas da chuva e de enxurradas que foram construídas em 17 municípios do território sudeste do Tocantins, região que possuem longos períodos de estiagem. O projeto é desenvolvido pela Semarh em parceria com o Ruraltins visando propiciar a infiltração destas águas no solo, diminuindo os efeitos da erosão e do assoreamento, melhorando ainda a recarga dos lençóis freáticos. Ao todo 3.560 barraginhas foram construídas na região.

 

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