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Ensino Médio Integral será implantado gradualmente no CEM Gurupi; estudantes da 1ª série serão contemplados
A implantação da modalidade de ensino integral no Centro de Ensino Médio (CEM) de Gurupi vai acontecer de forma gradual, beneficiando, a partir de fevereiro, os estudantes da 1ª série. A adoção deste modelo de ensino, conforme destaca a secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, Adriana da Costa Pereira Aguiar, garantiu à escola recursos federais para ampliação da sua estrutura física, formação de professores, aquisição de equipamentos e fortalecimento da aprendizagem na unidade.
O CEM Gurupi foi criado em 2001, mas sua história vem de 1963, quando tiveram início as atividades do então Colégio Estadual de Gurupi. É uma referência para a comunidade, tendo passado por ele nomes de grande destaque, como escritores renomados e professores que hoje dão importantes contribuições para a educação do Estado. Em seu quadro, a escola conta com professores especialistas e mestres, estando preparada, em termos de pessoal, para grandes resultados. Para isso, a Seduc fez seu papel, buscando mais recursos federais a serem investidos na unidade, dando condições aos servidores de executarem sua missão com excelência.
“Ao se tornar parte do programa Escola Jovem Em Ação, adotando o ensino médio integral, garantimos que, para 2019, a escola receberá investimentos federais, por meio do Programa de Fomento à Implantação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, do Ministério da Educação. Como cidadã de Gurupi, conhecendo o histórico e o quadro de pessoal, me vejo na obrigação de encontrar soluções para melhorar os índices de aprendizagem do CEM Gurupi. O Ideb desta escola, que no ano passado foi de 3.3, se contrapõe ao potencial que ela tem. Assim, eu quero convocar a comunidade de Gurupi para, juntos, promovermos essa transformação positiva tão necessária”, apontou Adriana Aguiar.
Além da estrutura física, a adesão ao ensino médio integral promove grandes mudanças curriculares e estruturais, com salas de aula temáticas, aulas práticas, disciplinas eletivas e estudos orientados. “Esta modalidade de ensino oportunizará aos alunos da 1ª série vivenciar a escola de outra maneira, indo além das disciplinas da base comum curricular. Por meio da disciplina Projeto de Vida, por exemplo, eles pensarão no próprio futuro, traçando metas e estratégias para alcançarem seus objetivos. A imersão destes adolescentes nas Escolas Jovem em Ação é, realmente, transformadora e promove jovens autônomos, solidários e competentes, verdadeiros protagonistas. Cada pai e mãe de aluno que tiver a chance de ver seu filho estudando neste modelo de ensino, aproveite. A comunidade de Gurupi vai ganhar, e muito, com esta conquista”, apontou Adriana.
Esta modalidade não contemplará, no primeiro momento, os alunos da 2ª e 3ª séries. Para permitir que, num futuro próximo, o CEM possa atender a todos as séries com o ensino integral, a Seduc já iniciou estudos voltados à localização geográfica da escola, pensando na ampliação da oferta do ensino médio na região central, bem como em outras áreas de Gurupi, cujo crescimento populacional tem ampliado a demanda por unidades escolares, como a região do Residencial Parque das Acácias e o Setor dos Funcionários, nas proximidades da Universidade Unirg e do aeroporto. “No momento em que tivermos alternativa para ofertar o ensino integral e regular na região central, em unidades escolares distintas, o CEM poderá se tornar totalmente uma escola de tempo integral”, frisou.
Conforme a portaria 1023/2018, do Ministério da Educação (MEC), a adoção gradual do ensino integral não vai interferir na oferta das demais modalidades que hoje são disponibilizadas no CEM. Ou seja, a partir de 4 de fevereiro, os alunos da 1ª série do ensino médio cursarão suas disciplinas no ensino integral; os alunos da 2ª e 3ª séries continuam seu curso regular; e os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), no período noturno, também manterão sua rotina de ensino normalmente.
Caso de sucesso
Gurupi já conta com uma unidade de ensino em tempo integral: o Centro de Ensino Médio Bom Jesus, implantado em 2017. A unidade, que já era destaque regional e nacional – tendo conquistado vários prêmios, como o título nacional de Escola Referência em Gestão Escolar – se viu, após a adesão à nova modalidade, beneficiada com investimentos como reforma elétrica, pintura, laboratório básico para aulas práticas; e será contemplada, ainda em 2019, com outros investimentos em infraestrutura. Outra importante conquista do CEM Bom Jesus foi o Centro Nacional de Mídias para a Educação (CNME), implantado em 2018, possibilitando aos estudantes a flexibilização curricular no Ensino Médio, com interação e troca de experiências com estudantes de todo o Brasil.
À frente da unidade escolar desde o ano passado, Elisabeth Gama da Silveira aponta as conquistas obtidas com a implantação do programa. “Além da preocupação com a formação acadêmica de excelência, hoje nós temos uma nova visão, que é a visão da pedagogia da presença, de um cuidar do outro, o acolhimento que fazemos – equipe escolar e alunos -, a troca de experiências, os clubes protagonistas, a forma como é trabalhada a inclusão na escola. Eu, realmente, estou encantada com o programa. Acredito que todas as escolas tinham que ser Escola Jovem em Ação”, considerou.
Para a estudante Tiffanny Araújo Cirqueira, falar do Programa escola Jovem em Ação é falar de sua própria vida. “Só de pensar que está próximo de eu sair da escola, dá um aperto no coração”, diz. Para ela, o contato direto e apoio recebido da equipe escolar fazem toda a diferença. “Eu tive medo. Ouvi muito que o projeto não ia dar certo, mas desde que eu entrei, que recebi o acolhimento, com tapete vermelho, eu já reparei a diferença. Eu descobri quem eu era e qual o meu sonho no primeiro ano. A diretora separou um tempo para me ouvir, assim como os professores, a tia do portão separou um tempo para dizer um bom dia e boa tarde. Por este carinho, eu descobri que o que eu quero fazer pelo resto da minha vida é ajudar o próximo. É ser uma psicológa. Esse modelo desenvolveu dentro de mim um potencial que nem eu mesma descobri”.
Como ela, seus pais, Janilson Cirqueira Luz e Wilda Dias Araújo, também enxergam mudança na atitude da estudante. “Mudou bastante a maneira dela de enxergar as coisas. Já vem dela esse jeito de liderar e o Colégio, através desse novo método de estudo, vem melhorando bastante. Eu estou confiante em Deus que isso vai ajudá-la futuramente na faculdade que tanto almeja”, disse o pai. “Eu vejo que, como pessoa, a Tiffanny mudou muito. O foco dela melhorou bastante. O que eu tenho a falar desta escola e deste projeto são coisas maravilhosas, pois sei que tem feito muitas coisas boas na vida da minha filha”, completou Wilda.
Ampliação da oferta
Até o ano passado, a rede estadual contava com 12 unidades de ensino de tempo integral, apresentando resultados positivos em diversas regionais, como é o caso da escola Bom Jesus. Em função dos excelentes resultados do trabalho desenvolvido, no final do semestre passado, o Ministério da Educação contemplou o Estado com a inclusão de mais 10 unidades no programa de Fomento, totalizando 22 unidades em tempo integral no Tocantins. Estas escolas passarão a receber formações, investimentos em infraestrutura e monitoramento.
Investimentos no CEM Gurupi
Por ter sido contemplada com o programa Escola Jovem em Ação, o CEM Gurupi será beneficiado com a construção de um refeitório padrão, da central de gás, depósito de lixo orgânico e reciclável, reforma elétrica, instalação de posto de transformação, execução do projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico (PPCIP) e pintura geral da unidade escolar, com estimativa de investimentos em torno de R$ 1,2 milhão no decorrer da implantação.
Além do recurso federal, o Governo do Estado destravou, no final do ano passado, um recurso da ordem de 106,6 mil, remanescente de obra inacabada na escola, ainda de 2010 e, desta forma, concluiu licitação para a cobertura e construção de salas de aula. Ainda, disponibilizou R$ 33 mil para a construção de calçada na escola. Em outra vertente, o Programa de Fomento e o Governo do Estado garantem um maior montante de recursos para a aquisição de alimentos, visto que, nesta modalidade, os estudantes realizam três refeições na unidade escolar.