Cidades
Com atividades físicas no contraturno escolar, profissional mobiliza e influencia seus alunos
Aulas extraclasse ensinam capoeira, jiu-Jitsu e futsal para cerca de 200 alunos da Escola Municipal Beatriz Rodrigues
Inovação e muita disposição foram algumas das ferramentas que levaram o profissional de Educação Física da Escola Municipal Beatriz Rodrigues, localizada na Arne 41 (405 Norte), professor Anselmo Martins Araújo, a promover aulas diferentes de Educação Física. Atividades extras como capoeira, jiu-jitsu e futsal (masculino e feminino) fazem parte de projetos propostos pelo mestre para atender às crianças no contraturno escolar.
“Sou praticamente da capoeira há 25 anos, ou seja, antes da universidade eu já era capoeirista. Não conheço um esporte mais completo”, assim descreve o autor dos três projetos esportivos que atendem cerca de 200 alunos de todas as séries, desde as iniciais até as finais do ensino fundamental, qualquer aluno que tenha interesse estará apto e poderá participar. Faixa preta de Jiu-jitsu desde 2022, o professor diz que é um conhecedor dos benefícios do esporte na vida das pessoas. “Estou ciente do quanto os esportes de luta influenciaram e influenciam minha vida positivamente e quero compartilhar essas experiências com meus alunos”, declara.
Os projetos do contraturno escolar são: ‘Capoeira – gingando na Escola Beatriz Rodrigues da Silva’; ‘Jiu-jitsu – no caminho da arte suave e o ‘projeto futsal – masculino e feminino’. As aulas acontecem três vezes na semana, no período da noite, das 18h15 às 21h25. O objetivo comum é trabalhar conceitos como disciplina, tratamento imparcial e trabalho em equipe, além da valorização dos esportes.
Conforme o idealizador do projeto, para participar das atividades basta que o aluno procure a coordenação da escola para preencher um formulário de autorização e levar para os pais ou responsáveis assinarem. Feito isso já pode iniciar a atividade escolhida, pois a participação é gratuita. No caso da capoeira e do jiu-jitsu, o estudante precisa adquirir o uniforme. Professor Anselmo Martins esclarece ainda que para participar das aulas de futsal é necessário passar por uma seletiva e, “nesse caso, aqueles que são selecionados continuam treinando para representarem a escola em eventuais competições”, ressalta.
Além de disponibilizar o espaço para aulas, o profissional de educação física e todo o material utilizado nas aulas como bolas, cones e coletes, a escola ainda investe em tatames e, recentemente, adquiriu 40 peças para dar mais conforto aos alunos. Segundo o professor, a direção da unidade educacional está analisando a possibilidade de também mandar fazer uniforme para as crianças.
Para o diretor da escola, Francisco Filho, “esse projeto no contraturno das aulas representa para a escola um grande marco, pois abre seus portões para receber alunos e membros da comunidade. De fato, a escola faz seu papel frente ao social, frente à nossa comunidade”, endossa o diretor, lembrando que apenas o futsal masculino e feminino que atende única e exclusivamente os alunos matriculados na unidade educacional, as outras modalidades (capoeira e jiu-jitsu) estão abertas a quem se interessar. “Para nossos alunos, percebemos a melhora no comportamento, na assiduidade e interesse em tudo que a escola se propõe. Hoje atendemos mais de 200 alunos de terça a sexta-feira, das 18 às 21 horas”, complementa o gestor escolar.
Alunos especiais
Além de oferecer uma atividade extra aos alunos da escola, os projetos dos esportes trabalha ainda a inclusão de alunos com necessidades especiais. Conforme Anselmo Martins, a adesão de alunos especiais ao projeto demonstra uma evolução na melhoria comportamental dos alunos assistidos. “Temos alguns alunos especiais que participam conosco também das atividades, em algumas modalidades, em especial a capoeira”, relata. O profissional destaca que o aluno Augusto César Sousa Viana, de 14 anos, que cursa o 9º ano, não perde um treino de capoeira. “É um dos nossos alunos mais assíduos, porém tudo tem que ser no tempo dele. E respeitar esse tempo é fundamental”, afirma.
Outra criança especial é Caio Alexandre Libaino de Souza Tavares, de 14 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autistas (TEA), o qual afeta no relacionamento social. De acordo a mãe de Caio Alexandre, a supervisora pedagógica Ana Lúcia Tavares de Oliveira Libaino. “Ele não gosta de interagir, não gosta de toques e, para quem não entende a complexidade do autismo, pode tratá-lo como uma criança tímida”, relata.
Ana Lúcia relata que desde que seu filho iniciou com as aulas extras ele tem se socializado mais. “A capoeira foi uma surpresa muito grande porque conquistou o Caio. Ele está totalmente envolvido e não perde um encontro. Ainda não tem amiguinhos para conversar, mas ele faz questão de vir todas as aulas”, conclui.
Texto: Semed
Edição: Secom