Cidades
Aldeia Cipozal recebe capacitação para brigadistas municipais e indígenas
Por meio de parceria entre Estado e município, brigadistas municipais e indígenas foram capacitados em Tocantinópolis
Mais de 60 brigadistas entre servidores públicos municipais e indígenas do território Apinajé passaram por capacitação entre os dias 21 e 22 de junho, na Aldeia Cipozal, em Tocantinópolis, na região do Bico do Papagaio. A formação aconteceu por meio da parceria entre Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e a Defesa Civil municipal e levou a abordagem do Manejo Integrado do Fogo (MIF) como estratégia de prevenção e combate aos incêndios florestais. Iniciada em abril, esta foi a penúltima etapa de formações realizada pelo órgão ambiental neste semestre. Nesta quarta-feira, 29, na região de Luzimangues, em Porto Nacional, o Naturatins encerra o ciclo de capacitações.
Ercílio Apinajé, vice-cacique da Aldeia Cipozal, é brigadista desde 2015 pelo Ibama e esta foi a primeira vez que teve acesso à abordagem do MIF. “Temos aqui uma área de risco, onde fazemos o extrativismo de bacuri, puça, cajuí. Este trabalho de manejo ajuda na prevenção antes da época crítica dos meses de agosto, setembro e outubro, e protege a área frutífera onde os bichos se alimentam e também a gente precisa proteger, porque vivemos também da coleta, é uma forma de cuidar pois precisamos do meio ambiente para sobreviver. Foi uma troca bacana”, elogiou.
A integração de instituições e esforços para fazer o fogo bom foi um dos aspectos destacados pelo diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Warley Rodrigues. “Foi uma experiência positiva e gratificante porque realizamos duas estratégias que foi envolver as instituições do local na atividade e trabalhar com o conceito cultural do manejo do fogo que é o que os indígenas usam aqui na área deles, aplicando um fogo que eles precisavam em respeito a cultura e ao extrativismo que praticam na área. Então, de uma maneira geral, aplicamos de forma integral o MIF ajustando história e cultura do fogo com as instituições locais”, pontuou.
Mario Gomes, brigadista há mais de 5 anos, lembra que o último curso que havia participado a abordagem era diferente, da política do fogo zero. “Naquela época era fogo zero, não se podia usar fogo, e hoje a proposta é totalmente diferente: a gente pode usar o fogo, sendo um fogo inteligente de acordo com a época, a vegetação. Na queima prescrita vimos um fogo de baixa intensidade que não levou prejuízos às árvores grandes. Para mim, que sou brigadista municipal, é importante essa reciclagem, essa mudança de paradigma de pensamento. Acredito que vai contribuir muito com o município a aplicação desse método de queimar antes para evitar incêndios”, refletiu.
Coordenadas pela Gerência de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico do Naturatins, as capacitações iniciaram em abril pelas brigadas das Unidades de Conservação (UCs) da região Central do Estado. Além destas áreas geridas pelo Naturatins, brigadas civis e comunitárias, e agora, indígenas receberam a formação fundamentada no MIF.