Estado
Tocantins apresenta dados de redução de incêndios florestais durante live Diálogos pela Amazônia
Comparado ao mesmo período do ano anterior, de janeiro a setembro, o Tocantins reduziu em 25% o número de focos
Diálogos pela Amazônia é uma iniciativa da Força-Tarefa dos Governadores (GCF Task Force) no Brasil. A primeira live, de uma série que irá abordar assuntos da Amazônia Legal, apresentou as ações e as lições realizadas pelos nove estados que compõem a Amazônia Brasileira. O evento foi conduzido pela jornalista Bárbara Lins e liderado pelos secretários de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti (Mato Grosso), Eduardo Taveira (Amazonas), Marcílio Lopes (Rondônia) e Mauro O’de Almeida (Pará). O Governo do Tocantins participou da live representado pelo secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins (Semarh), Renato Jayme, que elucidou por meio de vídeo, as ações realizadas no Estado.
Os estados do Acre, Amapá, Roraima e Tocantins apresentaram os seus dados por meio de vídeos. Em sua participação, o Tocantins apontou para redução de focos de incêndios de 25% comparado ao ano anterior. O secretário Renato Jayme destacou que a diminuição é fruto de ações anteriores, de prevenção e monitoramento, alinhadas ao combate e fiscalização e que foram fortalecidas neste ano com uso de tecnologias. O secretário ressaltou ainda o trabalho da Defesa Civil na capacitação de brigadistas e no combate direto ao fogo em todo o Estado e do Manejo Integrado do Fogo (MIF) realizado nas Unidades de Conservação pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).
A presidente do Fórum de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia Legal e secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, expôs o panorama geral dos dados de incêndios na Amazônia Legal nos últimos dez anos e que, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), os resultados de 2020 até o momento demonstram uma redução de 50% em comparação ao ano anterior, porém ressalta que há uma crescente considerável nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Pará, ainda que o total não esteja apurado. A secretária relatou que uma das razões para este cenário se deve às precipitações, relatando que o estado do Mato Grosso passou pela seca mais severa dos últimos 30 anos, em 2020.
A secretária destacou ainda a particularidade dos estados, que embora tenham desafios comuns e estejam na Amazônia Legal, têm características diferentes, como a regularização fundiária. Nos gráficos apresentados, ela destacou os números da categorização fundiária de onde mais queima, no Mato Grosso e Tocantins, os maiores números estão registrados em propriedades privadas, enquanto Pará possui a maior quantidade em glebas, que são terras sem regulamentação.
Embora com resultados positivos, o estado do Tocantins ainda ocupa a quarta posição dos estados que mais possuem focos de calor, isso se deve também à falta de precipitações durante o seu período de estiagem e ao seu bioma predominante, que é o Cerrado em 87% do território e que contém características propensas ao fogo. Vale salientar que, da totalidade das queimadas no Estado, 98% se concentram neste bioma, sendo somente 2% no bioma da Amazônia.
Os secretários dos estados do Amazonas, Rondônia e Pará também expuseram suas ações e lições aprendidas durante a live. Ambos reforçaram a importância do fortalecimento dos estados da Amazônia Legal para ações conjuntas de proteção à floresta, destacando que a preservação da floresta também perpassa pela economia da biodiversidade e das ações de combate ao desmatamento.
O secretário Renato Jayme encerrou a sua participação na live reforçando a importância da educação ambiental para a prevenção das queimadas. “A Secretaria acredita muito na educação ambiental das futuras e da atual geração para a prevenção das queimadas e proteção do meio ambiente. O projeto Foco no Fogo é uma ação que realizamos esse ano em 900 propriedades em 13 municípios do Tocantins, com objetivo de dar orientações sobre os riscos e os prejuízos dos incêndios florestais. As propriedades foram identificadas como as que mais queimaram nos últimos anos, a constatação foi possível devido ao monitoramento que proporcionou o mapa de cicatriz do fogo no Estado e com isso realizamos ações mais assertivas”.