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Política

Presidente da CRE quer acordo do Mercosul com o Líbano

O senador Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores, participou da comitiva brasileira que levou ajuda humanitária a Beirute, capital libanesa

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O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado (CRE), senador Nelsinho Trad (PSD-MS), irá atuar junto ao governo federal para acelerar o fechamento de um acordo de livre comércio do Mercosul com o Líbano. Trad fez parte da comitiva brasileira oficial que, na semana passada, visitou o país asiático, cuja capital, Beirute foi devastada por uma forte explosão em 4 de agosto.

A comitiva nacional, chefiada pelo ex-presidente da República, Michel Temer, se reuniu com o presidente libanês, Michel Aoun, e com o primeiro-ministro interino, Hassan Diab. O senador revelou que a principal pauta apresentada pelo governo do Líbano é fechar, o mais rápido possível, um acordo com o Mercosul.

— As mais altas autoridades daquele país neste momento nos pediram, a mim, na condição de presidente da CRE, para que atuemos junto a nosso governo, dinamizando as negociações tentando fechar o acordo. Eu inclusive já tinha abordado esse tema numa reunião recente que tive com o ministro [das Relações Exteriores] Ernesto Araujo. Quero me encontrar novamente com ele e levar o pleito do governo libanês, e também falar sobre isso com o presidente Jair Bolsonaro — afirmou Trad à Agência Senado.

Crise no Líbano
Assim como Temer, Trad é descendente de libaneses. Por isso, segundo ele, ter feito parte da delegação oficial brasileira que levou ajuda humanitária ao país foi “um momento especial”. Além de se reunir com autoridades, o senador fez questão de sair às ruas de Beirute e falar com cidadãos comuns, e também fez filmagens da devastação causada pela explosão de um estoque de nitrato de amônio no porto da cidade. As filmagens foram postadas no Twitter pelo senador.

— O Líbano já passava por muitos protestos sociais e descontentamento com a classe política, antes da pandemia. A pandemia arrefeceu os protestos, mas eles voltaram ainda mais fortes após a tragédia de 4 de agosto. O atual gabinete, incluindo o primeiro-ministro, teve que renunciar. Uma parcela expressiva da sociedade libanesa se organiza e visa derrubar todo o governo. Entende que não tem mais credibilidade para governar. Com o sangue libanês que corre em minhas veias, só desejo paz e que eventuais novos líderes se estabeleçam no país por eleições livres e democráticas — ressalta.

Dados divulgados pelo governador de Beirute, Marwan Abboud, dão conta que a explosão no porto matou ao menos 220 pessoas. Outras 110 estão desaparecidas e mais de 7 mil foram feridas. Na entrevista à Agência Senado, Trad ainda falou sobre outras consequências da catástrofe, e do que ouviu dos libaneses.

— Passando à noite por toda a região do porto, vemos que toda ela está às escuras, a rede elétrica foi destruída e não existe mais energia elétrica pra quem mora naqueles bairros. Apesar de vários prédios terem perdido janelas e até paredes, muitas pessoas continuam morando ali, porque não têm outra opção. Uma das regiões mais lindas de Beirute, a beira-mar onde havia muitos bares, restaurantes e locais para entretenimento, hoje se encontra nesse estado. O que nos enche de esperança é ver a quantidade de voluntários que aparecem a todo momento querendo reconstruir a região — detalhou.

A missão humanitária brasileira entregou seis toneladas de medicamentos, equipamentos de saúde e alimentos ao Líbano. Outras quatro toneladas de arroz estão sendo enviadas por via marítima. A comitiva ainda informou que a comunidade libanesa no Brasil já arrecadou outras 20 toneladas de medicamentos e alimentos, que também serão enviados o mais rapidamente possível.

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