Cidades
Atuação das Forças de Segurança Pública do Tocantins resulta em queda da criminalidade no Estado
Divulgação dos dados ocorre trimestralmente e visa dar transparência aos indicadores e ações das forças de segurança pública do Tocantins
Com destaque para a redução dos crimes contra a vida e o patrimônio e para a crescente produtividade das forças de segurança pública, o Balanço das Estatísticas Criminais referente ao terceiro trimestre de 2020 (julho-setembro) já está disponível no site da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-TO), www.ssp.to.gov.br.
A divulgação do balanço ocorre trimestralmente e o objetivo é dar transparência aos indicadores e às ações das forças de segurança pública (polícias Militar e Civil e Corpo de Bombeiros Militar). Neste ano de 2020, o balanço, em razão da pandemia do novo Coronavírus, tem sido divulgado exclusivamente em meio virtual, sem a realização de coletiva de imprensa.
Para melhor distribuição das informações, os dados serão apresentados na seguinte sequência: Indicadores Gerais da Segurança Pública e Produtividade das Polícias Militar e Civil e, em seguida, do Corpo de Bombeiros Militar.
Cumpre, ainda, ressaltar que os dados fornecidos pela Polícia Militar do Tocantins (PM), em sua produtividade, estão relacionados aos atendimentos de ocorrências e ao seu acionamento, não estando, dessa forma, em contraposição aos dados gerais apresentados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública na primeira parte do Balanço das Estatísticas Criminais.
Segurança Pública
O Balanço das Estatísticas Criminais da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-TO), referente ao 3º trimestre (comparativo 2019/2020), aponta redução no registro de crimes de diversas naturezas no Tocantins.
Com relação aos crimes de homicídio, a queda no registro de casos foi de 6,3%. Foram 80 registros no trimestre (julho, agosto, setembro) de 2019 e 75 casos no mesmo período deste ano. Redução também nos casos de lesão corporal seguida de morte, com três registros em 2019 e um em 2020. Já nos crimes de feminicídio, o trimestre de 2020 registrou um caso a mais que 2019, saindo de um registro para dois.
Nos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), foram oito casos em 2019 e oito agora em 2020. No levantamento geral dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), a redução foi 6,5%, com 96 registros no terceiro trimestre de 2019 e 86 registros no mesmo período deste ano.
O trimestre 2019-2020 registrou queda de 20,15% nos registros de Crimes Contra a Dignidade Sexual, que englobam estupro e estupro de vulnerável. Foram 181 vítimas em 2019 e 144 em 2020. Os estupros somaram 45 vítimas em 2019 e 21 em 2020, redução de 53,3%. Já nos casos de estupro de vulnerável, a queda foi 9,6% no número de vítimas, com 136 casos em 2019 e 123, no terceiro trimestre deste ano.
O balanço registrou também queda de 61,1% de Crimes Contra o Patrimônio (CCP). Foram 5.848 casos registrados em 2019 e 2.278 no mesmo período de 2020. Os roubos somaram 1.433 registros em 2019, sendo 536 neste ano (redução de 62,6%). Os furtos também tiveram redução de 60,5%, sendo. 4.415 casos no ano passado e 1.742 no presente ano.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública, Cristiano Barbosa Sampaio, os resultados alcançados são fruto de um intenso trabalho das forças de segurança. “Trabalho que será intensificado para que, no próximo trimestre, os resultados sejam ainda melhores”, informa.
Polícia Militar
O comparativo trimestral da Polícia Militar do Tocantins demonstrou uma significativa redução nos atendimentos de ocorrências dos crimes contra o patrimônio. Em relação aos furtos de veículo automotor, houve queda de aproximadamente 37%, se comparado a 2019, de forma que o quantitativo de atendimentos às ocorrências reduziu de 241 para 152 em todo o Tocantins. O mesmo ocorreu com furto em residência; caiu de 509 em 2019; para 321 em 2020, redução de 36%.
Furto em estabelecimento comercial também registrou queda. Foram 184 atendimentos em 2020 e 262 no ano passado, queda de 30%. Os registros de atendimentos de ocorrências de roubos feitos pela PM também apontaram queda, sendo que roubo a estabelecimento comercial teve taxa de redução de 50% e roubo em residência de 27%. Já em relação aos atendimentos de ocorrências aos crimes de latrocínio, houve aumento de um caso no período analisado.
Em relação às ocorrências relacionadas aos crimes contra a vida, houve uma sensível redução no trimestre julho-agosto-setembro. Foram 56 atendimentos de casos de homicídio em 2019 e 55 em 2020. Os atendimentos às ocorrências de tentativa de homicídio, por sua vez, aumentaram 14%. No que tange às ocorrências de apreensões de menores infratores, o balanço aponta queda de 27,5% em relação ao mesmo período de 2019.
Nas ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas, foi observado aumento de 36% nos atendimentos durante o trimestre em análise. Por outro lado, foi constatada redução de 33% nas ocorrências de porte de drogas. Já em relação às ocorrências envolvendo armas de fogo, houve redução de 15% dentre as naturezas de porte e posse ilegal/irregular de arma de fogo, disparo de arma de fogo e localização de arma de fogo ou munição.
No campo dos atendimentos das ocorrências de violência doméstica, o balanço apontou redução de 10%. Já as ocorrências de estupro e estupro de vulnerável apresentaram certa estabilidade, com redução de uma ocorrência em relação à primeira natureza e um aumento de duas ocorrências referentes à segunda. Já sobre nos atendimentos relacionados a acidentes de trânsito, observou-se queda de 12%.
Para o comandante-geral da PM, coronel Jaizon Veras Babosa, a intensificação das ações policiais militares e o fortalecimento das ações integradas entre as forças de segurança, mesmo no cenário de pandemia, são salutares para a contínua redução criminal. “Os policiais militares permanecem diligentes nas ruas, realizando constantes operações, abordagens policiais, atuações integradas com os demais órgãos de segurança, estratégias que contribuem diretamente para a redução efetiva dos crimes, em especial aos relacionados ao patrimônio, conforme evidenciado pelos dados”, pontua.
Polícia Civil
Dados consolidados no Balanço das Estatísticas Criminais demonstram o crescimento da produtividade da Polícia Civil do Tocantins. Neste terceiro trimestre de 2020, foram 3.483 Inquéritos Instaurados (IPs) contra 2.141 IPs no mesmo período de 2019. O aumento foi de 63,7%. O balanço do período registrou também a prisão de 1.102 autores de crimes em 2019 contra 981 no mesmo trimestre de 2020 (-11%). O terceiro trimestre de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019, registrou 178 casos de tráfico de drogas contra 71 em 2020, uma queda de 60,1%.
Nos casos de veículos recuperados, o balanço apresentou uma redução de 48,3% no comparativo entre o segundo trimestre de 2019 e 2020. Foram 261 veículos recuperados em 2019 e 135 neste ano. Essa queda do número de veículos recuperados está diretamente relacionada à redução de furtos e roubos em geral, que foi da ordem de 61,1%. Quanto aos casos de posse/porte de arma de fogo, foram 182 casos no ano passado e 86 em 2020, uma redução de 58.8%.
Redução observada também em relação às apreensões de arma branca e de fogo. Foram apreendidas 361 armas brancas em 2019 contra 311 em 2020 (-13,9%). Também foi observada menor apreensão de armas de fogo, com 418 apreensões em 2019 contra 395 em 2020.
Operações Policiais
Nesse trimestre (julho-agosto-setembro), o balanço traz também, no quesito produtividade da Polícia Civil, as operações policiais e as prisões realizadas no âmbito da Delegacia-Geral pelas unidades que a integram: Diretoria de Polícia da Capital (DPC); Diretoria de Polícia do Interior (DPI) e Diretoria de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Ao todo, foram realizadas entre julho e setembro, 153 operações, as quais resultaram em 318 prisões.
A DPC compreende as unidades policiais de Palmas. A DPI, por sua vez, abrange as oito regionais da Polícia Civil distribuídas de norte a sul e de leste a oeste do Tocantins, incluindo as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e Vulneráveis. A Dracco responde por seis divisões que são especializadas em crimes contra a vida; contra a ordem tributária; tráfico de drogas, crimes cibernéticos, combate à corrupção e crime organizado.
Dentre as operações realizadas no trimestre julho-agosto-setembro, destaque para a Guerra Justa, contra criminosos especializados em roubo a carros fortes; Operação contra possível esquema de propina no Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins); e Bricklayer, contra sonegação fiscal em empresa no distrito de Luzimangues. Contra o tráfico de drogas, destaque para as operações Cálice de Hígia, Hidra de Lerna, Jericó, Víbora, Drogas Sintéticas, Tráfico Interestadual e Leardship, entre outras.
Contra os crimes cibernéticos foram realizadas as operações Perfil Oculto e Attack Mestre. Em relação aos homicídios/latrocínios, destaque para a Operação Insidiis (Palmas), Óbulo de Caronte (Caseara) e São Miguel do Tocantins. Nos crimes contra o patrimônio, destaque para as ações realizadas em Palmas, Paraíso do Tocantins, Formoso do Araguaia, Araguaína, Figueirópolis, Colinas do Tocantins, Paranã, Peixe e Taguatinga (Operação Caripó). Nos crimes contra a ordem pública, destaque para as operações Sabadou e Independência Prolongada, ambas em cidades da região sudeste do Tocantins.
O trimestre foi marcado também pela Operação Pandemic em desfavor de procurados pela Justiça, com mandados de prisão em aberto, que haviam realizado o cadastro para o recebimento do auxílio emergencial do Governo Federal e alguns pela prática de homicídio e estupro de vulnerável e por uma operação em Natividade e Santa Rosa do Tocantins, em desfavor dos crimes contra a dignidade social.
Operações também para manter o distanciamento social preconizado nos decretos governamentais foram realizadas em Santa Fé do Araguaia, Xambioá, Pedro Afonso e Arapoema e outras cidades com tradição de temporada de praias.
Sobre o Balanço das Estatísticas Criminais, a delegada-geral da Polícia Civil, Raimunda Bezerra de Souza, destaca que o constante aumento nos índices de produtividade policial se deve à dedicação que cada policial civil tem a causa Polícia Civil do Tocantins. “Os quais, segundo ela, mesmo em tempo de pandemia, se desdobram para superar as adversidades e apurar as ocorrências criminais, e assim, garantir segurança social a população tocantinense”.
Corpo de Bombeiros Militar
O advento da pandemia do novo Coronavírus, causador da Covid-19, contribuiu para a queda de 10,40% nos números totais das ações operativas e 19,90% das ações preventivas executadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Tocantins. Os percentuais são relacionados aos meses de julho, agosto e setembro deste ano, e são comparados com o mesmo trimestre de 2019.
Os serviços de análises de projetos, realizados pela Diretoria de Serviços Técnicos (Distec), tiveram queda de 25,15%; enquanto que, nas ações operacionais de natureza preventivas/educativas, a queda foi de 48,27%.
Para o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Reginaldo Leandro, em decorrência da pandemia houve uma grande redução de circulação de pessoas e isso resultou na diminuição, por exemplo, da quantidade de atendimento de ocorrências de acidentes de trânsito.
“Ainda com relação à pandemia da Covid-19, ocorreu os decretos de proibição de eventos de aglomeração pública e demais restrições, estes foram preponderantes para que nossas ocorrências fossem diminuídas, principalmente no que tange aos serviços de prevenção, onde atuamos fortemente em eventos temporários, a exemplo de shows de entretenimento artístico e ainda a temporada de praias, que oficialmente não ocorreu em 2020”, argumenta o coronel Reginaldo Leandro.
Contudo, na Defesa Civil Estadual, que coordena as estratégias de combate aos incêndios florestais no estado, a quantidade de ações atendidas teve um desempenho destacado. O coronel Leandro relacionou isso ao incremento das parcerias com órgãos que também são ligados à fiscalização e ao trabalho em campo para debelar os focos.
“Em 2020, tivemos um grande fortalecimento no combate de incêndios florestais, com um maior número de ocorrências atendidas, e tem a ver com mais efetividade dos órgãos envolvidos junto à Defesa Civil Estadual, por meio do Comitê Estadual do Fogo. Consequentemente, foi bem maior a nossa atuação e bem mais direcionada em nosso Estado”, afirma.
Dados operacionais
No comparativo (2019/2020) dos dados das atividades operacionais do trimestre entre os meses de julho e setembro, mostram registros no Atendimento Pré-Hospitalar, de 1.965 ocorrências (2019) contra 1.620 (2020), redução de 17,56%; Combate a Incêndios, de 1.271 ocorrências (2019) contra 1.403 (2020), aumento de 10,39%; Atividade Preventiva/Educativa, 491 ocorrências (2019) contra 254 (2020), queda de 48,27%; Busca e Salvamento, 413 ocorrências (2019) contra 433 (2020), acréscimo de 4,84%; Produtos Perigosos, 15 ocorrências (2019) contra 13 (2020), redução de 13,33%. No total de registros, foram 4.155 ocorrências em 2019 contra 3.723 em 2020, com uma redução geral nas ocorrências de 10,40%.
A atividade mais impactada nesse período foi a do setor de prestação de serviço técnico de engenharia de proteção e segurança. Houve uma queda considerável em razão da pandemia não ter permitido a continuidade do serviço presencial: Análises de Projetos, 513 ações (2019) contra 384 (2020), redução de 25,15%; Vistorias em Edificações, 1.743 ações (2019) contra 1.420 (2020), queda 18,53%; Certidão de Conformidade, 1.256 ações (2019) contra 1.009 (2020), redução de 19,67%. Totalizando 3.512 ações em 2019, contra 2.813 em 2020, perfazendo uma queda de 19,90%.
O balanço pode ser acessado na íntegra clicando aqui.