Geral
Investimentos científicos na área da apicultura tem sido uma realidade no Tocantins
Troca de experiências entre pesquisador e apicultores, têm favorecido rendimento e qualidade ao mel e a própolis de produtores familiares
Um estudo há mais de dez anos na área apícola do Tocantins tem fortalecido o arranjo produtivo do Estado por meio do suporte científico, tecnológico e de gestão aos produtores da agricultura familiar. Com o apoio do Governo do Estado através da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt) o segmento tem alavancado em diversas regiões do Estado.
Um projeto coordenado pelo professor e pesquisador da Unitins de Araguaína, Cláudio Henrique Fernandes, tem favorecido inovação científica ao setor apícola do Tocantins e garantido um padrão de qualidade conforme os parâmetros exigidos pela legislação brasileira, além de rentabilidade aos agricultores familiares. “Temos estudado a qualidade do mel e a atividade biológica, além das propriedades químicas da própolis regional da área do ecótono (cerrado – Amazônia) e transferido essas tecnologias aos produtores. E o estudo resulta em benefícios medicinais como funções antimicrobiana e antifúngica”, explica o pesquisador.
Público beneficiado
Como parte do estudo, comunidades de agricultores familiares do Estado tem tido o acompanhamento do pesquisador da Unitins, como o Assentamento Caju Manso no município de Araguaína, Associação de Apicultores de Nazaré (AAPINA), no município de Nazaré; Associação de Apicultores do município de Nova Olinda (AAPINO); Núcleo de Produção Agropecuária (NPA) 01 de Araguaína; Núcleo de Produção Agropecuária – Ventura da cidade de Piraquê; Associação de Apicultores de Miracema (Apromir); Associação de Apicultores de Miranorte; Assentamento Entre Rios da capital Palmas; Associação de Apicultores da cidade de Santa Tereza, Núcleo de Produção Agropecuária – Borborema do município de Arapoema.
“A pesquisa realizada nessas comunidades tem favorecido um levantamento de dados acerca da real situação dos produtores, visando obter um estudo socioeconômico das comunidades, além de diagnosticar o grau de rentabilidade do produto. Com isso, a tecnologia tem contribuído com a cadeia produtiva da apicultura o que representa um grande avanço da própolis, que era inexistente à insipiente, passando a ser significativa pela produtividade e alta qualidade”, ressalta Cláudio Henrique Fernandes.
Apoio do Governo
O setor está em ampla expansão no Estado, e para favorecer a capacitação de mais apicultores, o pesquisador contou com o apoio do Governo do Tocantins, por meio da Fapt, em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) para o desenvolvimento do projeto, Estruturação de apiário e Meliponário Didáticos para Agricultores Familiares (Apiensino), que viabilizou os equipamentos de trabalho.
A Unidade didática da apicultura e meliponicultura como assim é denominada, facilitará a capacitação e o desenvolvimento de competências e habilidades com a realização de pesquisas na unidade didático-pedagógicas visando o aumento da quantidade de produtos apícolas e de meliponicultura, além de contribuir com a transferência de tecnologia desenvolvida na pesquisa para os produtores.
Capacitação de apicultores
O projeto envolve o tripé (ensino, pesquisa e extensão) que tem favorecido a realização de dias de campo e capacitações, a exemplo da IV feira do Mel na Associação dos Pequenos Agricultores do projeto Sudam – APAS realizada em 2019 no município de pau D’arco, além do III Encontro Regional de Apicultura Tocantínia, realizado no início deste ano em Araguaína. Ambos têm favorecido conhecimentos inovadores à área de apicultura e meliponicultura.
Apoio científico aos apicultores
Os conhecimentos científicos têm viabilizado transferência de tecnologia aos envolvidos. Para a apicultora de Araguaína, Maria Corrêa Alves, que soma 22 anos de experiência com o mel e a própolis, a troca de experiência, o acompanhamento, o treinamento e a análise científica dos produtos por meio do pesquisador tem incentivado a produção da própolis. “Apesar de trabalhar há muitos anos com o mel, a participação nos eventos voltados para apicultura, tem trazido conhecimentos inovadores e favorecido a rentabilidade. Por ser um produto de qualidade, a procura é muito grande por parte dos consumidores, e infelizmente não consigo atender a todos”, relatou. O mel da apicultora tem sido comercializado somente em Araguaína, com prospecção de expansão da própolis na região.
“Temos tido rendimento significativo devido a interação, incentivo e apoio do trabalho de pesquisa científica desenvolvido em Araguaína pela Unitins. As orientações recebidas têm agregado valor ao produto e favorecido qualidade e aceitação do mercado de Araguaína. E o resultado tem sido positivo a todos os apicultores envolvidos nesse segmento”, explicou o Presidente da Associação de Apicultores e Meliponicultores de Economia Sustentável e Solidária de Araguaína e Região (Apimessar), Antônio Manoel de Araújo.
Expectativa
Em virtude da pandemia, as atividades com o público foram suspensas a fim de evitar a proliferação de contágio dos envolvidos. Mas já prospecta retorno, com adaptações de prevenção assim que tudo se normalizar. No entanto, as atividades técnicas de campo tais como implantação e manutenção das colmeias continuam sendo conduzidas normalmente pelos integrantes da Apimessar, através dos apicultores representantes da entidade, que tem dado uma contribuição importante para o projeto.