Cidades
Amor sem face: Empresários de Araguaína falam os segredos de namorar por 30 anos
Tom e Bete são os primeiros da série de entrevistas com casais araguainenses que construíram histórias de parcerias e cenários incomuns
“Minha meiga senhorita, o que eu tenho é quase nada, mas tenho o Sol como amigo. Traz o que é seu e vem morar comigo”. A música de Zé Geraldo foi usada por Antônio Lopes, o Tom, para conquistar Elisabete Botelho, a Bete, e reflete bem o início do relacionamento do casal. Os empresários da comunicação que escolheram Araguaína para morar em 1997, são os primeiros homenageados da série “Amor sem face”, que trará entrevistas de casais que construíram uma história baseada na parceria e com cenários incomuns.
Bete e Tom, 53 e 51 anos, estão juntos há 30 anos, e têm dois filhos, Felipe e João Manoel, de 29 e 26 anos. O mais velho forma dupla sertaneja com Matheus. O casal se conheceu no trabalho, à época se aventurando na criação de Palmas. Os dois acabaram discutindo por questões técnicas da área e o patrão, que também era tio de Bete, resolveu levar os dois para um jantar. O papo rolou bem e na volta Tom arriscou uma serenata cinematográfica.
Para Tom, a cumplicidade do casal precisa estar em primeiro lugar e tudo deve ser conjunto
“Era junho de 1990. Tinha uma Lua linda no céu e o Tom pegou o violão e cantou ‘Meiga Senhorita’ para mim. Depois disso já ficamos morando juntos, até porque ninguém morava em casa própria porque estávamos prestando um serviço”, contou Bete. Eles ressaltam que são 30 anos só de união afetiva. “Eu costumo falar que tenho 60 anos de casado, porque a gente trabalha junto, tem que dar muito certo”, afirmou Tom.
O segredo é a simplicidade
Bete explica que casamento tem fases. Quando se tem filhos pequenos a atenção é total para eles e quando crescem é preciso arrumar o que fazer com o tempo. “A gente gosta muito da natureza,de ir para o Araguaia, porque lá os dias são sempre diferentes. Também respeitamos a individualidade e fazemos coisas independentes da presença do outro”. Além disso, a empresária entende que a vida deve ser leve e criativa. “A vida não tem receita. A partir de um momento que tem receita não é espontâneo e aí não é legal. Vira uma dieta, não é natural”.
Já para Tom, a cumplicidade do casal precisa estar em primeiro lugar e tudo deve ser conjunto. “Mesmo no trabalho, não deixamos de ter muitas divergências e o segredo é somar e não dividir. Nós sempre conversamos para tomar as decisões. Há muitos casamentos que não dão certo por causa de dinheiro. A pessoa quer emprestar dinheiro e quer de volta depois”.
Minha morada
Pouco depois do início do relacionamento se mudaram para Porto Nacional, onde ficaram por um tempo, e retornaram para a capital. Sem estabilidade, resolveram vim para Araguaína. “A cidade deu um salto muito grande nestes últimos anos, mas sempre foi uma cidade que sempre cresceu além do governo, do sistema, é uma cidade independente e agora tem infraestrutura”, relatou Bete.
“Quero envelhecer com saúde ao lado dela e manter a família. Não quero sair daqui, é uma cidade que me abraçou e que eu abracei também”, afirmou Tom.
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