Cidades
Reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Tocantins apresenta situação alarmante da dengue
Primeira reunião ordinária de 2019 ocorreu nesta quinta-feira, 21, com a participação de municípios das oito regiões de saúde do estado
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A Comissão Intergestores Bipartite do Tocantins (CIB) realizou na tarde desta quinta-feira, 21, a 1ª reunião ordinária do ano, no auditório da Justiça Federal, com a participação de diversos municípios que contemplam as oito regiões de saúde do estado. Durante o encontro foi feito um alerta para a situação epidemiológica das arboviroses no Tocantins, que demonstra em apenas dois meses o registro de mais de 1600% de acréscimo nos casos registrados de dengue, com evidência ao sorotipo DEN 2 que traz maior gravidade aos casos registrados, elevando a possibilidade de óbitos.
O gerente da área técnica de Vigilância Epidemiológica das Arboviroses, Evesson Farias, ressaltou no alerta aos municípios presentes na CIB que o Tocantins está passando por um pico epidêmico de casos, com maiores registros para o sorotipo do vírus DEN 2 da dengue, além do acréscimo dos casos de zika e chikungunya. “Já enfrentamos uma epidemia da zika em que a população toda colaborou para o controle da população do Aedes, e neste momento necessitamos deste mesmo engajamento, pois para dengue há a possibilidade de ser infectado e adoecer quatro vezes”, reforçou o técnico. “Temos quatro tipos diferentes do vírus da dengue, com atenção ao sorotipo DEN 2 sendo um dos mais agressivos, aumentando as chances de óbitos. A população e os municípios devem ficar atentos, pois a medida mais eficaz para o controle destas doenças é controlar a população do vetor, o mosquito Aedes Aegypti”, esclareceu.
Dados
De acordo com o monitoramento da Gerência de Vigilância Epidemiológica e Arboviroses, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), segundo início de sintomas, considerando o mesmo período de 2018, houve um acréscimo de 654,8%, nos casos de chikungunya, com 203 casos em 2019 contra 31 em 2018.
Os casos de dengue, comparando o mesmo período do ano passado, mostram um crescimento de 1.657,7%, com 3.867 casos em 2019 contra 220 em 2018. Já a zika, o acréscimo apresentado é de 3.000%, com 420 casos em 2019 em relação a 14 em 2018.
Até o dia 12 de fevereiro deste ano, dois municípios confirmaram casos de chikungunya no estado; 32 confirmaram casos de dengue e seis confirmaram casos de zika. Oito óbitos estão em investigação com sintomas de dengue.
Curso
Outro ponto de pauta da reunião foi a apresentação do curso de Apoio Matricial na Atenção Básica com ênfase nos núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) destinados a gestores da Atenção Básica e demais profissionais das equipes de referência da Atenção Básica e Saúde da Família, com objetivo de formar multiplicadores, para a implantação e implementação dos NASFs nos municípios, em consonância com as estratégicas e diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica.
No Tocantins, essa é a 3ª turma a ser realizada no estado, com 64 profissionais educandos de 24 municípios. O curso terá duração de sete meses, sendo ofertado em Palmas (duas turmas) e Araguaína, sob a gestão da Escola Tocantinense do SUS Gismar Gomes (ETSUS).
O tutor educacional da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz/Ministério da Saúde, Gilberto David Filho, explicou que o curso é voltado para profissionais das equipes NASF, que são formadas por múltiplos profissionais, a exemplo de nutricionistas, psicológicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, dentre outros que colaboram para uma assistência global aos usuários das Unidades Básicas de Saúde e Equipes de Saúde da Família, auxiliando na resolução de alguns problemas da população assistida, com trabalhos grupais, promoção da saúde, atividades de reabilitação, etc.
O curso é uma iniciativa do Departamento da Atenção Básica do Ministério da Saúde que fez um convênio com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, sendo ofertado no país inteiro.
No Tocantins existem 129 municípios com NASF implantados, o que garante a universalização e ampliação do cuidado para os usuários do SUS.