Geral
Oficina desenvolvida com mulheres privadas de liberdade promove ocupação e profissionalização
Reeducandas acreditam no artesanato como forma de superar o cárcere e ressocializar
Reeducandas da Unidade Prisional Feminina de Palmas (UPF) estão participando de curso de artesanato na arte de biscuit ministrada por voluntários da Universal nos Presídios. A oficina tem a finalidade de promover ocupação enquanto elas estão vivendo no cárcere, desenvolver habilidades para a profissionalização e evangelizar com foco no retorno dessas mulheres a sociedade.
As oficinas ocorrem na sala de aula da unidade com a participação de seis mulheres privadas de liberdade, para elas aquele é um momento de estar em um ambiente diferente da carceragem, de se distrair com uma atividade, produzir peças bonitas e de conversar com os voluntários sobre artesanato e religião.
“Participar desse tipo de atividade é uma grande oportunidade de aprender coisas novas, de socializar com as colegas em um ambiente diferente da carceragem e de se relacionar com outras pessoas que nem sabiam que a gente [sic] existia, mas que se importam com a gente [sic] e que veem mostrar que a vida para nós não acabou e que podemos ter uma vida nova”, enfatizou a reeducanda P. F., 30 anos.
A diretora da UPF Palmas, Cristiane Oliveira, explicou que a seleção das reeducandas para participar da oficina foi feita observando a disposição delas em aprender a técnica, o interesse em desenvolver o artesanato e também se há habilidades pré-existentes, além do que a disponibilidade em repassar o que foi aprendido para as demais mulheres encarceradas.
A diretora afirma que a realização desse tipo de atividade melhora o ambiente prisional. “As ações de aprendizagem amenizam a ociosidade e funcionam como terapia, contribuindo para diminuir o adoecimento no ambiente carcerário”, ressaltou.
Como produto final dos três dias da oficina de técnica de artesanato em biscuit, as reeducandas terão confeccionado um topo de bolo com o tema Alice no País da Maravilhas. Atentas as instruções, elas se mostram habilidosas e interessadas no que está sendo repassado pelos voluntários e ficam entusiasmadas ao ver suas peças tomando forma e beleza.
O coordenador do projeto Universal nos Presídios no Tocantins, pastor Cristiano Satilla, acompanhado da missionária Ana Paula e da voluntária e artesã Diane Lopes da Silva, contou que além de trabalhar com as pessoas privadas de liberdade também promove ações com os familiares e que são ao todo 300 pessoas envolvidas no projeto, sendo 126 voluntários cadastrados para adentrar nas unidades prisionais e mais 174 membros da igreja que de forma indireta contribuem para a realização do projeto.
“O projeto Universal nos Presídios é um desejo da igreja para trabalhar com a ressocialização através da evangelização, de ações sociais e de profissionalização. Desenvolvemos esse tipo de ação em todas as unidades prisionais do Estado, para a UPF de Palmas pretendemos realizar ainda este ano cursos de manicure, corte de cabelo, designer de sobrancelha, confeitaria e muitos outros”, destacou o pastor.