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Filhotes de jaguatirica recebem microchips e são destinados a criadouros
Felinos receberam identificação que é importante para o monitoramento dos animais e a observação de sua reabilitação
Texto: Secom/Governo do Tocantins
Dois filhotes de jaguatirica receberam microchips no Centro da Fauna (Cefau) administrados pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Os microchips auxiliam na identificação dos animais tanto para a vida livre quanto para destinação a cativeiros, criadouros conservacionistas e zoológicos já que fornecem todo o histórico do animal.
Nesta sexta-feira, 28, os filhotes de jaguatirica foram destinados a um criadouro conservacionista. Na quarta-feira, 26, os felinos receberam a identificação que se faz importante para que a equipe do Cefau acompanhe o desenvolvimento e possa realizar vistorias nos locais para onde foram destinados a fim de averiguar o bem-estar dos animais e o funcionamento do local onde vivem.
Conforme o zootecnista e coordenador do Cefau, Daniel Albernaz, o Centro tem a finalidade de receber, identificar, triar, recuperar e destinar animais silvestres provenientes de ação de fiscalização, resgate ou de entrega voluntária. “Assim, todos os animais que passam pelo Cefau recebem um registro e uma identificação, para aves são as anilhas – pequenos anéis -, já os mamíferos e os répteis recebem o microchip”, informou o coordenador. “Caso sejam encontrados em óbito, ou em situação de recaptura, a marcação poderá ser muito útil para o rastreio desses animais desde a soltura até o local e o momento onde e quando ele pôde ser visualizado em óbito ou recapturado”, completou, ao destacar que o mais importante da identificação é ter a oportunidade de monitorar esses animais e observar sua reabilitação em vida livre. Há ainda fatores como alimentação, reprodução e território, indicadores que só são possíveis por meio dessa técnica.
Criadouros conservacionistas
Criadouros conservacionistas são áreas delimitadas e preparadas, capazes de abrigar e permitir a criação de espécies da fauna silvestre brasileira. Tais locais devem ter assistência de profissionais como biólogo(a) ou veterinário(a).
“Esses filhotes têm características humanizadas, provavelmente demoraria mais para reintroduzi-los à natureza. A intenção de destinar a um criatório conservacionista é poder preservar essa espécie”, detalhou o médico veterinário do Cefau, Gabriel Rocha.
Histórico
Um dos filhotes foi resgatado pela equipe do Naturatins no dia 9 de janeiro deste ano. O resgate aconteceu às margens da rodovia entre Arapoema e Pau D’Arco, na região norte do Tocantins. A filhote fêmea foi entregue ao Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA).
Jaguatirica
A jaguatirica é um dos felinos mais bem estudados e amplamente distribuídos. Estão presentes em quase toda a América Latina. Em países como os Estados Unidos, a espécie foi praticamente extinta.
De nome científico Leopardus pardalis, vivem em florestas, campos, savanas e regiões alagadas. Possuem hábitos solitários com atividade predominantemente noturna. Durante o dia, dormem em ocos de árvores ou em arbustos. Possuem habilidades para subir em árvores, saltar e nadar.
Alimentam-se principalmente de pequenos e médios vertebrados, incluindo os grandes roedores – cutias e pacas -, macacos, preguiças, pequenos roedores e marsupiais – ordem de mamíferos que compreende, entre outros, os gambás, cuícas e cangurus -, aves e répteis.
Também conhecidas pelos nomes de gato-maracajá-verdadeiro e maracajá-açu, as jaguatiricas têm entre as principais ameaças a destruição de habitat, exploração madeireira e a caça.