Estado
Conheça nove tipos de matérias-primas utilizadas pelos artesãos tocantinenses
Dia 19 de março é comemorado o Dia do Artesão, data que lembra a importância de homens e mulheres produzirem obras criativas e encantadoras.
Com a instituição da Agência de Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), o Governo busca fomentar e valorizar o trabalho dos artesãos, além de divulgar e exportar as técnicas e os trabalhos realizados.
Para comemorar o Dia do Artesão, listamos abaixo nove tipos de matérias-primas mais utilizadas pelos artesãos tocantinenses.
Babaçu
Da palha do babaçu, espécie de palmeira comum na Região Norte do Brasil, surgem esteiras, chapéus, cestos e uma infinidade de produtos utilizados há muito tempo pelos indígenas e pelos sertanejos tocantinenses.
Buriti
A fibra da palha do buriti é uma excelente matéria-prima para o artesanato. De tão delicada e maleável, essa fibra é também conhecida como seda de buriti. Ela é extraída das folhas novas, ainda fechadas, do buriti. Das mãos de hábeis artesãs surgem bolsas, chapéus, toalhas de mesa, redes, sandálias e bijuterias. A seda do buriti também é utilizada tradicionalmente para costurar o artesanato de capim dourado.
Capim Dourado
O artesanato em capim dourado tem sua origem ligada à comunidade do Mumbuca, povoado do município de Mateiros, sendo mais comum na região do Jalapão. Essa arte tem sido passada de geração em geração há, aproximadamente, 100 anos. Logo depois da criação do Estado, o artesanato em capim dourado passou a ser um dos principais elementos de identificação do Tocantins.
Cerâmica
A cerâmica ganha tons avermelhados, após levada ao forno, sendo transformada em objetos ao mesmo tempo decorativos e utilitários. São jogos de pratos, panelas, jarras, copos, xícaras, entre outros itens que trazem detalhes com desenhos rupestres. Traços, que se destacam pela simplicidade e pela delicadeza, demonstram o zelo dos artesãos e das artesãs tocantinenses.
Outro artesanato muito famoso, feito a partir da cerâmica, é o das bonecas Karajá “Ritxòkò”, que foram declaradas patrimônio cultural do Brasil em 2012 e são uma referência cultural significativa para o povo Karajá. O artesanato é produzido, exclusivamente, pelas mulheres da comunidade da Ilha do Bananal, e tem um valor cosmológico, sendo fundamental para transmitir a cultura do povo para as crianças.
É por meio da brincadeira com as bonecas que as meninas aprendem a ser Karajá. Elas entram em contato com os valores, as histórias e os mitos da sua aldeia, do seu povo. A confecção das Ritxòkò envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e transmitidos de geração em geração. A pintura e a decoração das cerâmicas estão associadas, respectivamente, à pintura corporal dos Karajá e às peças de vestuário e adorno, consideradas tradicionais.
Cristal
A região do Tocantins que trabalha com o artesanato de cristal está entre as cidades de Cristalândia, Pium, Formoso do Araguaia e Dueré. Com a descoberta de jazidas de cristal de rocha (quartzo) em 1940, surgiram muitos garimpeiros nessas localidades, promovendo o desenvolvimento desses municípios. Cristalândia, por exemplo, é conhecida como cidade dos cristais, sendo referência na confecção de peças à base de cristal de rocha.
O quartzo é um mineral abundante e pode ser utilizado na confecção de joias, objetos ornamentais, enfeites, cinzeiros, colares, pulseiras, pequenas esculturas e uma infinidade de peças artesanais, decorativas e utilitárias.
Jatobá
A utilização do jatobá na confecção de artesanato é comum na região norte e central do Tocantins. As cascas e sementes junto com pedaços de madeira, bucha vegetal e retalhos de pano, produzem estatuetas ou bonecos que impressionam por seu significado, retratando as cenas mais típicas do cotidiano do interior do Estado.
A árvore, que pode ser encontrada na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e também na Mata Atlântica, chega aos 40 metros de altura. O nome vem do Tupi, e quer dizer árvore com frutos duros.
No Tocantins, artesãos aproveitam a vegetação típica do Cerrado para fazer bolsas, chapéus, bijuterias, bonecos e uma diversidade de produtos. O fruto do jatobá, descartado pela natureza, é reciclado e transformado em verdadeiras obras de arte, retratando um pouco do artesanato regional produzido a partir de frutos, sementes e folhas de árvores e plantas típicas da região.
Madeira
O artesanato em madeira usa como base para a produção de madeiras regionais, pallets e outras madeiras reaproveitadas que podem dar origem a balanços de madeira, prateleiras, chaveiros, porta-canetas, porta-chaves, miniaturas de animais regionais, e diversos outros tipos de souvenirs e peças artesanais. O leque de opções que a madeira possibilita, na criação de produtos, é enorme. Está presente nos artesanatos produzidos em Gurupi, Palmas, Pindorama, Píum, Araguaína, Guaraí, Colinas, entre outros.
Ouro
Na primeira metade do século XVII, teve início a exploração do ouro no antigo norte de Goiás, hoje Tocantins. Importante fator de desenvolvimento de uma região até então pouco habitada, o ouro deixou importantes raízes no Estado, especialmente em Natividade, onde, até nos dias atuais, é produzido um tipo de artesanato herdado dos portugueses: a confecção de joias artesanais em filigrana. A arte é repassada aos jovens da cidade por meio dos mestres de ourivesaria.
As famosas filigranas de Natividade são criadas por meio de um trabalho ornamental feito de fios de ouro finíssimos e pequeninas bolas, soldadas de forma a compor um desenho.
Palha de Milho
A palha de milho é uma excelente matéria-prima para a produção de artesanato, pois é fácil de trabalhar e permite a produção de uma grande variedade de objetos. Exige, como em qualquer atividade artesanal, a criatividade do artesão. Esse tipo de artesanato está presente no distrito de Taquaruçu, onde artesãos e artesãs tocantinenses criam bonecas, flores naturais e uma diversidade de peças.