Estado
Adolescente em cumprimento de medida socioeducativa cria protótipo de braço mecanizado
Adolescente contou com a ajuda de técnicos socioeducadores da Unidade de Semiliberdade Masculina de Araguaína
“Um braço mecânico que se movimenta por meio de um sistema hidráulico com eficiência e precisão”. Pode até parecer a descrição de uma cena de um filme de ficção ou uma frase de texto de revistas científicas, mas na verdade é uma realidade vivenciada por um adolescente em cumprimento de medida socioeducativa no Tocantins, na Unidade de Semiliberdade (USL) Masculina de Araguaína.
Para participar de um evento da disciplina de Física, o socioeducando M.P.M, de 18 anos, desenvolveu um protótipo de braço mecanizado que pode ser controlado com o uso de seringa e tubos. Construiu o protótipo sozinho, pois quando foi matriculado no 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Jorge Amado os trabalhos na disciplina já estavam em andamento e o grupos de alunos formados. À primeira vista, um problema: trabalhar sozinho e com tempo reduzido.
Porém, contou com a ajuda de técnicos socioeducadores da unidade socioeducativa masculina. Um deles foi a pedagoga Rosângela Sá que lhe mostrou vídeos tutoriais de como poderia desenvolver seu experimento. Sem grupo, mas não sozinho, com força de vontade e a orientação necessária, ele se destacou tirando uma nota 10 ao fim da disciplina. “É muito interessante ver o resultado final. Na vida, a gente pensa que algo é difícil, mas é só se dedicar que o resultado aparece. Eu estou muito feliz por ter conseguido terminar o projeto”, avalia o adolescente.
Transformação
Muito mais que uma nota máxima, esse resultado representa uma quebra de paradigmas, uma vitória pessoal e a força de transformação que a postura profissional de um socioeducador pode ter no futuro de um adolescente. “É gratificante ver que nosso trabalho, enquanto socioeducador, pode gerar resultados positivos. Cresce em mim uma esperança de que nosso objetivo está sendo alcançado, ainda que a passos lentos”, afirma, comovida, a pedagoga Rosângela. “Acredito na ressocialização, e é isso que me motiva a trabalhar com os adolescentes em cumprimento de medida”, complementa.