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Mulheres em foco: “Minhas cicatrizes se tornaram marcas para alcançar outras mulheres”

Após ter 65% do corpo queimado e ficar 58 dias internada em estado grave, a pastora Meiry Rezende viaja para várias cidades do Brasil contando sua história de superação

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Na última reportagem da série Mulheres em Foco, a Prefeitura traz a história da Meiry Rezende, de 56 anos, pastora na cidade há 17 anos, que teve 65% do seu corpo queimado após sofrer um grave acidente doméstico. A série em comemoração ao Dia da Mulher, celebrado no próximo dia 8 de março, tem como objetivo mostrar histórias reais de araguainenses que enfrentaram e superaram preconceitos ao longo da vida.
 
Meiry é casada há 27 anos e mãe de três filhos. Antes de ser pastora ela atuou como bancária e lojista. Em 2009, durante um almoço em família, foi vítima de um acidente após acender uma churrasqueira. “Tirei a grelha e fui repor o álcool, mas ainda havia uma chama no richot. O fogo entrou dentro do galão de combustível e estourou. Eram 3,5 litros de álcool na minha mão. A cozinha ficou incendiada, eu desmaiei e tive 65% do meu corpo queimado”, relata Meiry.
 
Ela foi socorrida pelo SAMU, em seguida levada em estado grave para um hospital especializado em queimaduras de Brasília (DF), onde ficou 58 dias entre a vida e a morte. “Fiquei em fase aguda, entubada, passei por várias cirurgias, quase tive o braço direito amputado por causa de uma infecção hospitalar, que estava paralisando os meus órgãos. Também tive derrame pleural e embolia pulmonar. Eu sou um milagre de Deus mesmo ”, explica.

 
Aceitação

Meiry ficou 6 meses hospitalizada, nesse período esteve longe da cidade, dos filhos e da família. Ela relata uma situação marcante que a constrangeu quando ainda estava em Goiânia, no Goiás, se recuperando.  “Uma criança me viu no supermercado e se assustou. Saiu chorando e correndo para os pais. Aquela cena mexeu comigo porque fiquei preocupada em como seria para os meus filhos me verem daquela forma”.
 
Ao contrário do que pensava, os filhos reagiram com naturalidade ao seu retorno e encontrou uma rede de apoio que contribui no processo de recuperação e aceitação do seu corpo. “Quando eu voltei, meu universo de mulher foi totalmente afetado, eu estava irreconhecível, além de voltar sem nenhum movimento, totalmente dependente, mas eu estava viva, recebi o amor e os cuidados da minha família e amigos que fizeram toda diferença”.

 

Cicatrizes que inspiram

A recuperação do acidente durou três anos, após esse período, a pastora viajou para várias igrejas do Brasil contando sua história. Para ela, poder experimentar o milagre de estar viva é o que a faz enxergar suas queimaduras pelo corpo com outros olhos.
 
“Minhas cicatrizes se tornaram marcas para alcançar mulheres que sofrem com crise de identidade ou que não conseguem aceitar detalhes no corpo como varizes e estrias. Quando elas presenciam o quanto sou feliz com as minhas cicatrizes querem experimentar essa alegria também, finaliza Meiry.

 

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