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Governo do Tocantins avalia desempenho produtivo do café no Estado

Cultivo de café pode se tornar atividade promissora no Tocantins

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A cafeicultura é uma das culturas mais antigas do Brasil. E a bebida, produzida a partir da torrefação dos grãos, e consumida em todo o mundo está com projeção de crescimento para os próximos anos, apresentando como atividade promissora ao produtor que se adequar às novas tecnologias de produção.

Pensando nessa crescente demanda de consumo do café no mundo, o Governo do Tocantins, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está iniciando trabalhos para avaliação do desempenho produtivo do café no Estado. Para isso, a equipe realiza visita a algumas propriedades para instalação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs), considerando o cultivo do café Robusta da Amazônia, variedade que pode ser cultivada em regiões de menores altitudes e com temperaturas mais elevadas.

Segundo o diretor de Pesquisa e Inovação do Ruraltins, Kin Gomides, a ideia é pegar as regiões de altitude mais elevadas no Estado, pensando em estratégias para as pequenas e médias propriedades em trabalhar uma atividade que demanda mão de obra em curto período e em uma cadeia produtiva específica, trazendo mais oportunidades para as unidades de produção e também pensando no mercado de turismo, atraindo pessoas interessadas em consumir bebidas finas, produto regionalizado.

“Nós identificamos, entre os estudos que a gente está viabilizando com a estrutura nova do Ruraltins, que em 2026-2030 começará um déficit muito grande de café no mundo por conta do mercado chinês, que está aprendendo a consumir café. Conforme isso avançar, aumentará a demanda de café, e como é um cultivar que demora um tempo significativo e nem todos os lugares estão aptos para se trabalhar, a gente buscou sair um pouco à frente, trazendo essas iniciativas de pesquisa, dentro da estrutura do Ruraltins, para começar a avaliar o comportamento desses cultivares aqui no Tocantins. Obviamente, a gente se associou à Embrapa, porque já tem um trabalho muito forte em Rondônia com a participação da Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural] de lá [Rondônia], inclusive na expoCafé do ano passado, entre os principais prêmios o Estado ganhou três, com apenas 30 anos de trabalho com cafeicultura”, explica o diretor.

“Hoje, os produtores que conseguiram desenvolver a atividade têm um café de qualidade, a bebida amazônica tem um diferencial, principalmente por ser associada a uma produção mais agroecológica, um caminho de integração de cultivos, e a gente quer trazer toda essa plataforma de desenvolvimento para cafeicultura no Estado”, completa Kin Gomides.

Para a instalação das URTs, além das visitas, a equipe se prepara para receber as mudas, que serão fornecidas pela Embrapa de Rondônia, instituição que produz sementes de acordo com as normas da Comissão Estadual de Sementes e Mudas de Rondônia (CESM-RO). “As mudas estão previstas para chegar até dezembro e vão ficar no centro de pesquisa da Unitins [Universidade Estadual do Tocantins], na Agrotins, até o início do próximo período chuvoso, quando estarão mais robustas para o campo, e a temperatura mais amena também”, explica Raimundo Rocha, analista de transferência de tecnologia da Embrapa e que já tem experiência com URT de café no Amazonas.

O técnico conta ainda que está com uma unidade de observação instalada na Unitins, com 100 mudas de café, fruto de uma visita ao estado de Rondônia. “A planta tem se desenvolvido muito bem e, a partir de uma conversa com o Kin Gomides, começamos a traçar ações para a instalação de pelo menos duas URTs para ter um sistema de avaliação melhor. Se tivermos bons resultados, nós já teremos aí dois produtores para validar a tecnologia, e fornecer material genético para aumentar o leque de avaliações. Ou seja, com esse material genético, já se pode fazer a multiplicação e aumentar a área de café”, explica o analista.

A equipe já visitou duas propriedades, uma na fazenda Mangaba, em Taquaruçu, distrito de Palmas; e outra em Monte do Carmo, a 89 km da Capital, na fazenda Adriano II.

Entusiasmado com a oportunidade de ser uma das unidades demonstrativas, o produtor Lourisval Adriano Filho mostrou a área que já tem preparada para o cultivo irrigado, e que poderá ser aproveitada no plantio do café. “Preparamos esta área para melancia e milho, e nos dispomos também a ser parceiro do Ruraltins e da Embrapa nesse projeto/experimento de café. Acreditamos que, com esta área, as devidas orientações e o acompanhamento técnico, o resultado é certo”, afirma o produtor.

Produção

No Brasil, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Estatística, a lavoura de café ocupa a quarta posição com maior valor de produção do país, ficando atrás da soja, cana-de-açúcar e milho. Além de ser consumidor, ocupando a 14ª posição, o Brasil é o único país com cultivo voltado para a exportação e a importação.

Já no Tocantins, a cultura do café ainda é pouco significativa, com apenas dois hectares de área colhida do café Arábica em seis estabelecimentos rurais, e um hectare em três estabelecimentos do Robusta, conilon.

 

 

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