Cidades
Agosto Dourado: mães com sintomas ou confirmadas para Covid-19 devem amamentar seus bebês?
Sociedade Brasileira de Pediatria se mostrou a favor da manutenção do aleitamento materno desde que as mães concordem
Nesse período de pandemia do novo coronavírus (Covid-19) muitas mães com suspeita ou confirmadas com a Covid-19 se perguntam se devem amamentar seus bebês. No entanto, o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendem a manutenção da amamentação por falta de elementos que comprovem que o leite materno possa disseminar o novo coronavírus.
Para esclarecer essas dúvidas e incentivar a prática, a Secretaria Municipal da Saúde (Semus) exibe, durante a campanha Agosto Dourado, vídeos sobre amamentação e sua continuidade mesmo em mães confirmadas com Covid-19.
De acordo com a médica da Semus, Gboado Emmanuella Akowanou, um comunicado emitido pelo Departamento Científico de Aleitamento Materno (DCAM), da Sociedade Brasileira de Pediatria em março 2020, mostrou-se a favor da manutenção do aleitamento materno desde que as mães concordem com isso. “Nós sabemos que o leite materno é a melhor fonte de nutrição para maioria dos bebês. Partindo da revisão sistemática de evidências realizada pela OMS, concluíram que a presença de anticorpos IgA no leite das mães que já tiveram Covid-19 e que os componentes bioativos do leite materno protegem o recém-nascido contra a infecção”.
Apesar do estudo, a médica destaca que não há dados suficientes sobre a transmissão do próprio vírus pelo leite materno e, segundo ela, em recém-nascido o risco de infecção pelo coronavírus é baixo. “Pesando os riscos e benefícios, determinou-se que o aleitamento materno pode ser iniciado ou mantido. Claro, devemos ficar atentos às precauções a serem tomadas pelas mães com a Covid-19 durante a amamentação, como lavar as mãos antes de pegar o bebê, uso de máscara ao amamentar e caso opte pela ordenha, ela deve considerar a possibilidade de outra pessoa dar leite para o bebê”, orienta.
É imprescindível que as mães sigam rigorosamente as recomendações para limpeza das bombas de extração de leite após cada uso, reforça a médica.
“É considerada também a possibilidade de solicitar a ajuda de alguém que esteja saudável para oferecer o leite materno em copinho, xícara ou colher ao bebê e também é necessário que a pessoa que vá oferecer ao bebê aprenda a fazer isso com a ajuda de um profissional de saúde”, completa.
A profissional também menciona que diante dessa situação, levando em consideração as pesquisas publicadas, a decisão de uma mãe com Covid-19 de iniciar ou manter o aleitamento materno deve ser compartilhada entre médico e paciente, sempre avaliando risco benefício para mãe e bebê. “Esses cuidados são importantes, até mesmo porque quando as mamães têm o apoio dos especialistas, fica mais fácil de seguir essa jornada”.
Importância do leite materno
Gboado Emmanuella ressalta que o leite materno é importante porque tem vitaminas, minerais, açúcares, proteínas e gorduras necessárias para a alimentação saudável da criança. “Além disso, ele possui vários fatores imunológicos contra várias doenças, tais como diarréias, infecções respiratórias e alergias. Nenhum outro alimento oferece esses benefícios”.
Para realizar a doação do leite materno é necessário entrar em contato com o Banco de Leite Humano do Hospital e Maternidade Dona Regina, no setor Disque Amamentação, através do telefone 0800-6468283. A partir deste contato, a doadora agenda a visita com a equipe, a qual dará orientações importantes sobre a coleta e estocagem do leite.