Estado
CPI do PreviPalmas ouve, Max Fleury
A Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga irregularidades nas aplicações financeiras do PreviPalmas, ouviu na terça, 21, o ex-presidente do Instituto de previdência do município de Palmas, Maxcilane Fleury. Estavam ainda convocados para prestar esclarecimentos, porém, se ausentaram Antônio José de Lima, Paulo José de Lima, Julia Vassalo Maia da Costa e Luiz Eduardo Franco de Abreu. O ex- presidente foi ouvido na condição de testemunha e por orientação de seu advogado recusou assinar o termo de compromisso de falar a verdade, alegando que o presidente da CPI, Milton Neris (PP), se recusou a retirar o trecho do documento que prevê que o ex-presidente do PreviPalmas poderia ficar em silêncio para não se auto-incriminar.
O ex-presidente do PreviPalmas estava no comando quando o instituto fez um investimento na ordem de R$ 30 milhões no Cais Mauá, como também, aplicou R$ 20 milhões no Fundo Tercon. Quando foi perguntado se não seria arriscado fazer tais investimentos, Fleury afirmou que não tinha conhecimento dos riscos das operações. “Todos os processos do PreviPalmas chegavam até a presidência após passar por uma criteriosa análise técnica do órgão. Eram respeitados todos os trâmites do processo e tinha que ser respeitada toda a parte técnica. Quando esses documentos chegavam até minha pessoa, apenas assinava dentro dos conformes legais”, explicou Fleury.
Durante o depoimento, o ex-presidente negou que esteve com Elton Félix Gobi Lira, que está recluso numa penitenciária de Belém-PA, acusado de crimes contra o sistema financeiro. O presidiáro acusou Max Fleury de ser o responsável pelas aplicações irregulares no fundo de previdência. “Nunca estive como esse cidadão, jamais mantive contato com o mesmo durante a minha gestão à frente do PreviPalmas. Não sei nada a respeito do que ele falou para esta CPI, mesmo porque não tive acesso ao depoimento que ele deu”, esclareceu Max.
Já sobre a transferência de 30 milhões do Banco do Brasil para conta na Caixa Econômica Federal, o ex-presidente, afirmou que o dinheiro estava depositado em uma conta fluxo e que o dinheiro não poderia ficar nesta conta. “Eu não tomei essa decisão sozinho, tudo foi feito dentro de um trâmite legal para saber se poderia ser feito a transferência para a Caixa. Reitero que não foi uma decisão monocrática, e a equipe técnica do órgão me informou que o dinheiro não poderia ficar nessa conta fluxo, mas também não sei explicar para qual finalidade era a destinação do recurso” justificou o ex-gestor do PreviPalmas.
Ao ensejo, o presidente da CPI vereador Milton Neris (PP) destacou que a Comissão já tem muitos elementos e que está próximo de elucidar o que aconteceu com o dinheiro do Instituto. “A cada depoente que a gente traz aqui a investigação caminha. Nós já temos muitos elementos para desvendar o que ocorreu, para mostrar para os servidores o que fizeram com seu dinheiro. Hoje o Max afirmou nessa Casa que assinava os documentos confiando em seus assessores, entretanto, o que ficou, ao final, foi a digital dele e do Secretario de finanças. Como é que você empresta 30 milhões para alguém te devolver com juros baixos sem saber quem é, se tem condição de pagar? E mesmo depois de tudo isso, com tantas irregularidades, mesmo assim você bota mais dinheiro? Então, alguém muito forte mandou fazer. Nesse momento, ele não quis falar, mas penso que em algum momento ele vai falar, e a gente caminha para desvendar isso ai”, destacou o presidente Neris.