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“Sempre fui tratada com respeito, mas presenciei e lutei contra injustiças sociais”, conta Antônia Alves

Durante 38 anos de exercício do magistério, Antônia sempre defendeu os direitos de sua classe e incentivou jovens a despertar o protagonismo

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A uma semana do Dia Internacional da Mulher, o exemplo de incentivo ao protagonismo feminino veio dela, que sempre defendeu os direitos de sua classe e o protagonismo dos seus alunos

Ser professora, para Antônia Alves, nunca foi uma atividade que se limitasse a compartilhar conteúdos em sala de aula. Durante 38 anos de exercício da profissão, 25 atuando em Araguaína, deixou a sua marca na vida de muitas pessoas.

A uma semana do Dia Internacional da Mulher, o exemplo de incentivo ao protagonismo feminino veio dela, que sempre defendeu os direitos de sua classe e o protagonismo dos seus alunos. Tanta dedicação rendeu bons frutos. No início do mês passado, Antônia chegou à aposentadoria e, no seu último dia de atividades no Centro de Ensino Médio (CEM) Paulo Freire, recebeu uma linda homenagem.

Na saída, a professora foi surpreendida por um corredor de aplausos, formado por alunos, professores e todos os demais membros da escola onde lecionava. “Foi uma emoção indescritível. Eu imaginava que receberia alguns abraços de despedida, mas não uma homenagem tão linda, de todos eles”, afirmou.

De onde veio a determinação
Natural da Paraíba, Antônia veio para o Tocantins em 1994 e nunca pensou em voltar. Naquela época, recém-formada em História, ficou sabendo do concurso do Estado do Tocantins enquanto lia um jornal em uma padaria. Imediatamente, decidiu que iria concorrer. “Já havia lido sobre a região amazônica e queria muito conhecê-la”.

A família relutou em virtude da distância, mas ela estava decidida a vir. Dali em diante, uma série de coincidências colaboraram para que o plano desse certo e, sem conhecer qualquer lugar do Tocantins, Antônia escolheu Araguaína. “Assim que entrei aqui, já gostei da cidade. Pensei: é o meu lugar”, conta.

Mudando a realidade
No CEM Paulo Freire, onde trabalhou por 24 anos, Antônia desenvolveu diversos projetos que mudaram a realidade daquela comunidade escolar, a maioria deles relacionados ao Meio Ambiente e à comunidade negra.

Trilhas ecológicas, implantação de um espaço de convivência com reaproveitamento de pneus, gincanas culturais, cursinho pré-vestibular gratuito com a colaboração de outros professores voluntários, entre outros.

“Nunca limitei meu trabalho às minhas turmas, sempre pensei na coletividade, na escola como um todo”, ressaltou. Atenta aos direitos de sua classe, Antônia também esteve envolvida nos movimentos sindicalistas, lutando por respeito e dignidade.

Exemplo para todas e todos
Mesmo aposentada, se engana quem pensa que Antônia vai ficar parada. Ela já pensa em outros projetos e recentemente foi convidada para colaborar com o Núcleo de Cidadania do Adolescente (Nuca), que tem como foco o desenvolvimento social, a segurança emocional e bons hábitos entre os jovens de 14 a 18 anos, além de combater o racismo e outros preconceitos.

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