Produtoras culturais de Palmas falam sobre os desafios da profissão na roda de Conversa ‘Elas Projetam’

Autor: Redação FCP | Publicado em 10 de março de 2023 às 12:10

Na penúltima noite do Sempre Viva Festival, foi a vez das produtoras culturais entrarem em cena. Com o tema ‘Elas projetam’, a roda de conversa contou com a participação de Liu Moreira, Regina Reis e Marcela Pultrini. O evento aconteceu na terça-feira, 7, no Núcleo Integrado de Literatura e Artes (Nila), localizado no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho.

Sob a mediação da bailarina Meire Maria, as produtoras contaram sobre as suas atuações nas diversas áreas da cultura atualmente. A circense, engenheira ambiental e produtora cultural Marcela Pultrini, falou sobre os desafios que enfrentou durante os seus mais de 10 anos de circo. “O maior desafio é manter as mulheres no circo e fazer com que elas entendam que o circo também pode ser um lugar nosso, não só dos homens”, explicou.

Marcela é gestora do Centro Cultural Circo Os Kaco, em Taquaruçu, e também falou sobre sua atuação. “Não é fácil estar à frente de um circo, de uma organização sem fins lucrativos. Hoje em dia a gente se considera um empreendimento, mas o Sebrae não, então é muito complicado buscar cursos, especializações e empreender de fato, viver disso”, disse Marcela.

Durante o bate-papo, a bailarina e produtora Liu Moreira falou sobre sua transição profissional da dança clássica para a produção cultural: “Durante minhas pesquisas de mestrado e doutorado, eu comecei a estudar as mulheres nas comunidades tradicionais e visitando esses lugares, tive a oportunidade de me encontrar e encontrar a minha dança, e não era dança clássica. Foi através disso que pude entender onde era o meu lugar, onde era a minha dança, onde meu corpo se sentia confortável e onde estava a minha ancestralidade.”

Liu é fundadora da Associação Ninho Cultural e falou sobre sua atuação na produção cultural para comunidades indígenas. “As leis de cultura atualmente têm um montante voltado para as comunidades indígenas, no entanto, nem sempre elas conseguem ter acesso aos editais, logo o dinheiro não vai chegar lá. A associação foi criada para isso, para ser uma ponte entre o fomento cultural e essas comunidades. Vamos até lá, conhecemos, explicamos e o ajudamos, muitas vezes os próprios grupos solicitam nossa ajuda”, concluiu.

Regina Reis atua na produção de peças teatrais e falou sobre a sensibilidade  necessária na profissão. “O maior desafio da minha profissão é entender o tempo criativo dos artistas, entender a mente deles, a gente precisa ter uma habilidade para entender seus momentos de luz e escuridão. Fiquei muito feliz e lisonjeada de estar aqui celebrando neste ambiente que considero minha casa. Esse festival tá belíssimo, que venham vários outros”, disse a produtora.

Homenageadas

A Fundação Cultural de Palmas aproveitou a noite especial do evento para homenagear duas grandes mulheres que fazem parte da cultura palmense. Foram convidadas a coordenadora de ações afirmativas da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Tocantins, Solange Aparecida do Nascimento e a dirigente da Casa Branca da Serra, Roberta de Osoguiã.

A assessora executiva da Fundação Cultural de Palmas (FCP) Euzeni Grimm esteve presente e agradeceu a presença do público e das artistas “Todos esses dias, cada atração, apresentação foram simplesmente contagiantes. Como é bom conhecer cada uma dessas preciosas artistas que ajudam a construir no dia a dia uma sociedade melhor. Nesta quarta-feira a gente encerra esse festival e eu espero que no ano que vem ele seja muito mais robusto, com mais participações. O importante para a FCP é disseminar essa cultura, esse direito do cidadão, estamos de portas abertas para vocês”, concluiu.

Texto: Ascom FCP