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Cidades

Palmas 32 anos: remanescente do Canela traz na memória lembranças de quem viu a criação de uma Capital

Bernadete Batista, pertencente à família fundadora do distrito, relembra o passado e fala da vida atual na Arne 64

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Bernadete conta que a criação de Palmas mudou o dia a dia do povoado Canela

Membro da família fundadora do antigo distrito do Canela, Bernadete Batista Araújo, 69 anos, filha de Joana Batista Araújo, Dona Noca (falecida em 2006), nasceu no Canela e acompanhou o surgimento e crescimento de Palmas. Ela conta que a construção da Capital tão próxima ao povoado foi boa, pois trouxe o progresso, ampliando o acesso à educação e à saúde. Por outro lado, diz que tirou o sossego do povoado. “Os palmenses gostavam muito de ir para o povoado, ponto para pegar a embarcação para ir à Praia da Graciosa”, narra Bernadete sobre a antiga praia, quando ainda não existia o Lago de Palmas.

Emocionada, Bernadete conta que, no Canela, os moradores comiam o que plantavam, não havia patrão e tudo era compartilhado. “Eram umas 50 famílias, que plantavam os alimentos e criavam os animais, tudo sem muro. Muitas vezes nem cerca de arame havia. Vivíamos como uma grande família”, relembra.

Ela se recorda que, em 2001, quando precisou deixar o distrito, inundado pelo lago da Usina Hidrelétrica (UHE) Luís Eduardo Magalhães, sua mãe, Dona Noca, tinha 87 anos e essa saída brusca a abalou muito, assim como todos.

Mudança

Os moradores do Canela foram remanejados para a Arne 64 (508 Norte) em maio de 2001. “É bom morarmos juntos, meus dois irmãos moram nas casas ao lado da minha. Nos fundos fica a casa do meu primo, na frente é um amigo que mora. Estar próximo dos parentes e amigos faz nos sentirmos mais seguros”, avalia Bernadete.

Sobre Palmas, Bernadete destaca que cidade cresceu demais e hoje tem cara de Capital. “É uma cidade muito boa e, apesar de ser muito grande, ainda podemos sentar na porta de casa e ter paz”, frisa.

Ela ressalta o desenvolvimento da infraestrutura da cidade, destacando o asfalto da quadra entregue este ano pela Prefeitura de Palmas, uma demanda tão reivindicada. “Antes do asfalto era muito difícil. Tive que cuidar de um irmão acamado e sair com cadeira de roda no meio da lama ou poeira, era horrível. Agora estamos muito felizes”, relata.

Breve histórico

O distrito Canela surgiu no século XIX, com a chegada da família Batista: Olímpio Batista de Araújo e Maria de Albuquerque, fundadores do local. Mais tarde, chegaram as famílias Lima e Santana. Em entrevistas, Dona Noca, mãe de Bernadete, contou que seus avós – Olímpio e Maria de Albuquerque – escolheram o local porque parecia que as terras eram boas para construir casas e plantar, e não havia outros moradores. Estabelece-se a comunidade ribeirinha, localizada às margens do Rio Tocantins. A história do povoado é marcada pela religiosidade, com a realização da Festa do Divino, tendo como padroeira Santa Terezinha de Jesus.

Em 2001, em razão da construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Luís Eduardo Magalhães, em Lajeado (TO), os moradores do povoado Canela foram retirados do local e transferidos para a Arne 64 (508 Norte), pois a área foi inundada pelo Lago de Palmas.

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