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Cidades

Mulheres da prisão feminina de Palmas terão aula de canto oferecida pela Defensoria

Aula-inaugural foi realizada nesta quarta-feira, 16. Ação é uma iniciativa da Esdep em parceria com o Nadep e o Nudem.

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O curso Canto Coral da Defensoria Pública vai contemplar, inicialmente, 17 reeducandas da Unidade Prisional Feminina de Palmas

Com o objetivo de estimular o contato de reeducandas da Unidade Prisional Feminina (UPF) de Palmas com a arte musical, a Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) realizou, nesta quarta-feira, 16, a aula-inaugural do curso “Canto Coral”, na sede Unidade, no bairro Santa Fé, na Capital. Inicialmente, 17 das 60 detentas que estão na UPFP serão contempladas pela atividade, participando de aulas de aquecimento vocal, preparação técnica e práticas de ensaios, todas as quartas-feiras, das 15 horas às 16h30, durante os próximos seis meses.

O curso é uma iniciativa da Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep) em parceria com o Núcleo de Assistência ao Preso (Nadep) e o Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem). Além de funcionar como terapia que proporciona harmonia, desenvolve sensibilidade, concentração, autoestima e alívio de ansiedade, o curso Canto Coral intenta, ainda, formalizar a criação do primeiro Coral da UPFP, que poderá se apresentar em órgãos públicos, entidades e na comunidade em geral, promovendo a ressocialização das reeducandas. Além disto, a DPE-TO também vai pleitear, junto à Justiça, o reconhecimento do curso como sendo uma atividade de remição.

Presente na aula-inaugural, o defensor público-geral no Tocantins, Murilo da Costa Machado, acredita que o Projeto é uma forma de estimular o potencial das reeducandas e de humanizar o período de cárcere de cada uma delas ao longo do cumprimento das respectivas penas. “Para a Defensoria Pública, todas as reeducandas têm muita importância; nós acreditamos no potencial de cada uma, na ressocialização e que o sistema pode funcionar. Por isto, a nossa meta não é só prestar toda assistência jurídica necessária, mas sempre atuar da maneira mais humanizada possível. E com o coral, elas viverão momentos de interação, de alegria, de muito aprendizado e ainda poderão despertar uma veia artística adormecida. Assim, todas sairão daqui de cabeça erguida e com a autoestima elevada”, ressaltou.

Primeira apresentação

O curso Canto Coral será ministrado por Anderson Cleyton da Silva Menezes, servidor da DPE-TO e regente do coral Canto Nobre, que é formado por servidores da Defensoria. Na ocasião, o Coral da DPE- foi representado por três integrantes.

Na aula-inaugural, o Canto Nobre realizou a apresentação de boas-vindas às reeducandas, cantando “A natureza das coisas”. Em seguida, as próprias detentas fizeram a primeira apresentação oficial, entoando a música “É preciso saber viver”. Por fim, as reeducandas surpreenderam até mesmo o regente Cleyton ao cantarem um hino fora do script, o “Preciosidade”, arrancando aplausos de todos.

Após as apresentações, uma das reeducandas falou da alegria de serem prestigiadas com o curso. “Estamos felizes com a oportunidade, por acreditarem que a gente pode mudar e sair daqui pessoas melhores. Um lugar deste [a unidade prisional] é difícil, mas não é impossível superar, porque nem tudo é ruim aqui dentro, como conviver com pessoas diferentes, o que é maravilhoso e nos ajuda, como diz a música que cantamos: saber viver”.

Outra integrante do Canto Coral destacou a importância da oportunidade. “Se nos ofereceram uma atividade desta, é porque acreditam na gente. Eu tenho certeza que, assim como eu, todas as minhas colegas vão agarrar com todas as forças esta oportunidade. Nós sabemos que erramos e queremos muito recomeçar as nossas vidas”.

Finalizando as falas, mais uma reeducanda que integra o curso também se mostrou otimista em relação aos frutos a serem colhidos. “A Defensoria se disponibilizou a vir e oferecer algo tão importante para todas nós. Nem tudo está perdido; ainda temos muito a realizar, a aprender. Juntando as mãos umas das outras, nós vamos seguir firmes, dando o melhor de nós para todos com quem convivermos”.

Autoridades presentes

Também participaram da aula-inaugural a defensora pública e diretora da Esdep, Maria do Carmo Cota; o defensor público e coordenador-auxiliar do Nadep, Fabrício Brito; a defensora pública e coordenadora-auxiliar do Nudecom, Fabiana Razera Gonçalves; o diretor de políticas para o sistema prisional da Secretaria de Estado de Cidadania e Justiça (Seciju), Oséias Costa Rego; a diretora da UPFP, Cátia Machado Carneiro; além de outros servidores da DPE-TO e da Seciju.

De acordo com Oséias Rego, o curso Canto Coral é uma iniciativa louvável da DPE-TO. “É preciso parabenizar a iniciativa da Defensoria Pública, que é sempre esta mão amiga do sistema prisional, que é a voz daqueles que, muitas vezes, são oprimidos e calados”, enalteceu o diretor da Seciju.

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